quinta-feira, 28 de abril de 2011

"World Invasion: Battle Los Angeles", 2011

Los Angeles. O centro do Mundo. Ou assim nos querem fazer crer. Nisto dos filmes de invasões alienigenas, Lisboa parece sair sempre incólume. Já o mesmo não se pode dizer do Rio de Janeiro. Pobre, belo Rio. Mas vá lá, sermos pequeninos sempre tem as as suas benesses.
Tudo começa com uma chuva de meteoritos. Aparentemente, meteoritos de dimensões gigantescas que são detectados com meses, se não mesmo anos de distância, só se tornam do conhecimento público algumas horas antes de entrarem na nossa atmosfera. Não faz mal, eu consigo viver com isso. É impossível impedir o seu impacto com a superfície terrestre mas, felizmente, só acertam nos oceanos. Can anyone say hurrah?
Ora, sucede que estes não são os meteoritos típicos, vocês sabem, aqueles que caem aleatoriamente e bem que poderiam acertar, digamos a Venda das Raparigas. Neste filme não, eles caem à frente das grandes cidades costeiras do planeta. (Pausa para respirar). O...K... É estranho mas também consigo viver com isso.
Em algumas horas começa a invasão do que se supõem ser alienigenas. Se a película se fica pelos 116 minutos bem que podia ter mais cinco minutos. Os instantes iniciais são provavelmente, os mais mal aproveitados de sempre. Estão a ver o poster do filme com os surfistas? O ataque podia começar com um grande Bang! Não, ficamo-nos por uma televisão com má emissão e por muito que vejamos as reacções de quem está em segurança não provoca o mesmo impacto. Claro que a resposta não se faz esperar. E é nesta que o filme se centra. Na americana, quero dizer. E de Los Angeles. Um pelotão do exército, entre tantos outros é destacado para a acção. Com ou sem nenhuma história anterior, sabemos que estes homens incluem um virgem, um pai de familia, um que perdeu alguém na guerra, um prestes a reformar-se, etc, etc. Mas não o têm todos os filmes? As suas vivências anteriores são o que menos interessa, assim como nada se sabe da agenda dos invasores. Who cares?
Numa cidade devastada pelo inimigo, o nosso pelotão americano, de heróis americanos, tem de cumprir uma missão dir-se-ia mundana, em solo americano. Não me canso de repetir americano, porque o resto do mundo é totalmente posto de parte. Não devem ter tanques e caças e navios de guerra. Aliados? Coitados. Como num "Independence Day" (1996), cabe-lhes a eles, heróis anónimos, salvar o dia e livrar o planeta do extermínio. São homens e mulheres normais que passam pelos mais diversos estados de espírito à velocidade de uma câmara frenética. Os soldados passam por situações de meter medo ao mais experiente e alguns caem. Isto demonstra alguma coragem e à-vontade com o risco dos cineastas por deixarem partir personagens com os quais já tinhamos criado alguma empatia, tornando, o cenário de guerra mais real.
A partir daqui começam os problemas com o elenco, em particular, com a Michelle Rodriguez (Elena Santos) e o Michael Peña (Joe Rincon). Começando por Michelle, ela aperfeiçoou o papel de mulher durona à la "Private Vasquez" (Aliens 2, 1986). Com tantos papéis assim, ela não tem de se preocupar com o encarnar uma personagem tipo, ela é uma actriz tipo. Fê-lo em "The Fast and The Furious" (2001), "Resident Evil" (2002)... É só escolher. Por outro lado, é interessante verificar que ela tornou a personagem um pouco mais sofisticada e vulnerável com o pouco material que lhe foi dado para trabalhar. A espaços, quase que poderia ser tomada por donzela em apuros. Quanto a Peña, o eterno secundaríssimo, merecia melhor. Ainda não foi este o seu filme.
Entretanto, no meio de tanto fumo e explosão, que mal dão para nós, audiência, percebermos o que se está a passar, o pelotão consegue passar do ponto A para o ponto B, sem vêr um palmo à frente do nariz. Ah, graças a Deus pelos mapas, que eu ainda não tive o prazer de conhecer L.A. Ainda bem que o filme não está em 3D senão ainda menos se conseguia ver. Que eu saiba, não se faz repeat ou rewind nas salas de cinema. Quero ainda partilhar convosco uma cena absurda reminiscente de "The Lord of The Rings: The Two Towers" (2002), em que os heróis partem numa cavalgada por entre um número massivo de orcs, destruindo meio exército, à vontade. Quem precisa de um exército, quando se tem meia dúzia de homens que valem por centenas? Também se dispensam os discursos pseudo-lamechas de encorajamento. Não é como se não os tivessemos visto antes e muito melhores. A sério. A sua terra está a ser atacada, amigos e familiares poderão estar mortos ou feridos. De que mais motivação necessitam? Já os E.Ts são feios mas também é complicado perceber como é que eles são, com tanto fumo, detritos e o raio da câmara que não pára. Parecem uma mistura de alforreca com... qualquer coisa.
"Battle Los Angeles" não é um filme para todos os gostos, nem sequer é revolucionário. Os desempenhos estão dentro do possível que é uma algaraviada técnica, umas quantas asneiras e caretas feias, enquanto disparam contra tudo o que mexe do outro lado da barricada. Por isso, duas estrelas, sem querer afirmar que este é um bom filme. Não é. Mas se me entreteve durante os 116 minutos de duração? Sure. why not?

Realização: Jonathan Liebesman
Argumento: Christopher Bertollini
Elenco:
Aaron Eckhart como Sgt. Michael Nantz
Ramon Rodriguez como William Martinez
Bridget Moynahan como Michelle


Próximo Filme:"Bedevilled" (Kim Bok nam salinsageonui jeonmal, 2010)

1 comentário:

  1. É meu caro, como muitos falam, tudo que é tragédia acontece lá nos Estados Unidos. É um filme fraco para um público jovem. Talvez para arrecadar dinheiro ao estúdio. Vi Super-8 esta semana e finalmente depois de uma boa sequência de zeros a esquerda o gênero tem um sopro de vida. Recomendo.

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