quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Top 5: Monstros do Cinema Asiático

Após o soberbo sucesso do Top 10: Revelações mais Chocantes (notem o exagero), decidi reunir uma colectânea de alguns dos monstros mais memoráveis do cinema asiático e de outros que não sendo tão conhecidos têm um potencial enorme. A palavra "Monstro" deriva da palavra Latina monstrum e pode ter vários significados: algo que está "contra a ordem natural das coisas", "animal que no todo ou em parte se afasta da estrutura ou da conformação natural da sua espécie ou sexo" ou uma "coisa gigantesca e colossal". E a lista nunca mais acabava. É, fim e ao cabo, um ser que inspira temor e que é utilizado com frequência na ficção para provocar medo ou choque. Está presente em quase todas as culturas, apresentando muitas vezes as mesmas características (só muda o nome). O monstro encarna normalmente a figura do Mal devido aos seus atributos hediondos. Por vezes existem regras para evitar que eles nos perturbem, outras vezes, não temos essa sorte... À semelhança da lista anterior, não existe uma ordem específica.

1) Godzilla ou no original, "Gojira" já produziu à vontadinha uma vintena de filmes. O primeiro surgiu em 1954! Com escamas cinzentas e ásperas, uma cauda e barbatanas dorsais, este dinossauro gigante que nasceu do terror atómico de Nagasaki e Hiroshima é, hoje em dia, mais objecto de paródia que de terror.
O velhinho Godzilla já fez de tudo: começou como uma criatura destrutiva para se tornar num ser mais heróico, protector contra as ameaças do exterior, inclusivamente, enfrentou outros vilões como o Mothra (quem é que tem medo de uma traça gigante?), ou o rei Ghidorah (uma espécie de dragão com três cabeças). Para os jovens Godzilla é apenas mais um entre os muitos filmes de monstros que apareceram desde então com sucesso e qualidade muito variáveis e cuja reputação é capaz de ter sido, irremediavelmente, arruinada pelo "Godzilla" de 1998. Se perguntarem aos mais velhos Godzilla é o primeiro e, muito provavelmente, ainda inspira algum respeito. Por isso, não descartem já este velho que ele, se calhar, ainda metia os outros monstros desta lista a um canto.  

2) Kuntilanak, Pontianak, Matianak (Indonésia e Malásia) - É o vampiro de uma mulher que morreu durante o parto e que se tornou um ser não vivo mas não totalmente morto que vagueia, incessantemente, assombrando os que se lhe aparecem no caminho. Este monstro é muito famoso e surge em bastantes filmes, alternando entre o monstro horrível e a femme fatale, a quem fizeram mal em vida.
Diz a sabedoria popular que o choro de um bebé faz anunciar a sua presença. Há inúmeros filmes sobre o Kuntilanak e costumam seguir histórias paralelas às dos Onryõ (ver nº5). O Kuntilanak mata-nos espetando as suas longas unhas no nosso estômago, após o que se alimenta das nossas entranhas. Soa bem não soa? Diz que se espetarmos uma unha no seu pescoço se tornará novamente uma bela rapariga. Na minha humilíssima opinião a) se não forem jovens (de preferência bonitos) e b) não tiverem um grupo de amigos jovens, em princípio tudo correrá bem... Parece que estes monstros no cinema malaio/indonésio, só gostam de matar gente gira.

3) Pocong (Indonésia e Malásia) - Mais um monstro de origens malaias e indonésias, ele está associado aos ritos fúnebres muçulmanos. Eles cobrem os mortos com o sudário que é preso com nós por cima da cabeça, debaixo dos pés e no pescoço. Tipo, bem preso para não se mexer estão a ver? Diz-se que a sua alma permanece na terra durante 40 dias. Após esse período, se os nós não tiverem sido desfeitos o pocong levanta-se da campa e pula por aí até que os vivos o libertem do sudário e ele possa enfim partir em paz. À semelhança do Kuntilanak, têm sido feitos muitos filmes com este monstro. Um dos primeiros filmes, chegou mesmo a ser banido devido ao seu teor assustador (não é essa a ideia?) Este é um dos monstros mais cómicos da lista. Já se imaginaram a fugir de uma "múmia" que tudo o que pode fazer é saltar atrás de vocês? Bem, seja como for, as populações locais parecem muito tementes ao pocong, com vídeos, fotografias e assistamentos a serem bastante comuns. A melhor comparação em termos de terror quanto a monstros ocidentais seria talvez a múmia já que os vampiros há muito que têm a reputação estragada ("Twilight" 2008, I'm lookin at ya').

4) The Host (Coreia do Sul) - Mais um mutante. Este não foi criado pela Grande Bomba mas pelo despejo de resíduos tóxicos no rio Han, em Seul. Fiquei dividida entre abordar o "hospedeiro" ou o Langsuir, um tipo de monstro semelhante ao Kuntilanak, mas a verdade é que este é verdadeiramente original e vá, mal posso esperar pela sequela. Yep, estão a fazer uma sequela e sim, também será em 3D mas tenho esperança que neste filme valha a pena. Este monstro é fantástico, uma mistura de peixe e de réptil, com guelras e escamas e orifícios estranhos que nada e pula mas também escorrega e bate contra paredes. Não é o típico monstro infalível. Além disso, tem um espírito de caçador muito apurado e só quer que o deixem em paz... Isto é, enquanto come as suas vítimas.

5) Onryõ (Japão) - Se o nome Onryõ não vos disser nada, Sadako e Kayako provavelmente dirá. Foram elas que começaram, em finais dos anos 90 a loucura com os espíritos femininos maléficos. Onryõ é um fantasma que regressa do mundo dos mortos para se vingar do mal que lhe foi feito em vida. A grande chatice é que muitas vezes as suas vítimas nada têm a ver com o que lhes sucedeu. Este fantasma costuma apresentar a mesma aparência, um vestido ou um kimono branco, associado a ritos funerários antigos e o icónico cabelo negro, longo e despenteado. Antigamente, as japonesas deixavam crescer o cabelo e usavam ganchos para prendê-lo. O seu cabelo só era solto quando morressem. Ora aí tem os motivos para o cabelo desgrenhado (pelo menos, acho que os mortos não frequentam o cabeleireiro). As suas mãos jazem penduradas à frente ou ao lado do corpo e, por vezes, não se vêem os pés já que o fantasma flutua no ar. A parte interessante é como nos livramos dele. O Onryõ assombra sempre o mesmo local e por lá fica até resolver as questões que tem pendentes tais como uma morte dolorosa, ciúmes ou até ódio. Um modo de os fazer repousar é matar o seu assassino, outro será deixá-lo consumar o seu amor (tão romântico) ou enterrá-lo com as devidas exéquias (vocês lembram-se do resultado que deu com a Sadako não lembram?).

3 comentários:

  1. Fui exposto aos filmes do Godzilla creio que no "5 notes 5 filmes" da RTP2, o remake de 98 foi uma desilusão quando vi no cinema, mas depois em VHS e dvd tornou-se um dos meus guilty pleasures :) Não sou megafã da personagem, mas apesar de hoje já não causar o impacto da época em que surgiu, mas respeito como icone do cinema.

    O The Host foi uma bela surpresa!

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  2. Gosto do Godzilla porque foi dos primeiros filmes de monstros que vi (qual dos filmes, já não me lembro, devia ter uns 8 anos) e creio que o filme moderno lhe retirou algum do temor original. É quase cartoonesco. Como filme de acção desmiolada vê-se bem, mas como homenagem ao original ficou muito àquem. Mas atenção, que nem tudo foi mau. A banda-sonora é das melhores que já comprei e ainda hoje ouço. Quanto ao The Host, concordo totalmente. Ouvi falar muito bem do filme e depois correspondeu e até superou as minhas melhores expectativas. Estou muito curiosa acerca do que vai sair da sequela.
    Obrigada pelo comentário!

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  3. É verdade, a banda sonora do Godzilla de 1998! Maravilha, comprei o álbum - adoro as faixas do David Arnold [http://cine31.blogspot.com/2010/04/music-of-movies-1-godzilla.html] - e ainda as tenho muitas vezes no leitor mp3 :)

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