sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Notas de um Festival de Terror, Edição de 2018 – parte quatro

The Ranger (2018) – É um retorno ao glorioso slasher dos anos 80, com um pé em finais de anos 70. Um grupo de punks que foge para uma cabana onde Chelsea (Chloe Levigne) passava temporadas em criança após um encontro com as autoridades envolvendo drogas duras que corre muito mal. O namorado dela, Garth (Granit Lahu), um casal amigo e uma rapariga que acaba por se envolver com o grupo de forma acidental não parecem interessados em minimizar o comportamento que os pôs em sarilhos e procedem em espalhar lixo e grafitar tudo quanto podem. Chelsea parece encarnar o espírito “fight the power” dos punks mas o seu exterior duro esconde um trauma e vulnerabilidade intimamente ligado aos verões no Parque Natural. O encontro com um Ranger obcecado com o cumprimento das regras despoleta uma sucessão de eventos trágicos e faz despoletar o instinto de sobrevivência – animal se preferirem –, de Chelsea. Os jovens adolescentes que só pensam em drogas, pinar e serem horríveis entre eles e para todos os que os rodeiam são o arquétipo dos slashers já mencionados e é questionável que alguém sinta algo parecido com um lamento pelos seus destinos à excepção da protagonista, mas Jenn Wexler a realizadora e co-argumentista é inteligente e introduz temas tão em voga e pertinentes quanto uma consciência ambiental ou o “girl power” coroados por um vilão memorável – algo escasso nos últimos anos –, na condução dos trabalhos sangrentos. Quanto às possibilidades de “The Ranger”? Todos são monstros mas uns mais que outros. É escolher. Três estrelas e meia.

Realização: Jenn Wexler
Argumento: Giaco Furino e Jenn Wexler
Chloe Levine como Chelsea
Jeremy Holm como The Ranger
Granit Lahu como Garth
Jeremy Pope como Jerk
Bubba Weiler como Abe
Amanda Grace Benitez como Amber


Gonjiam: Haunted Asylum (Gonjiam, 2018) – Já muito se escreveu sobre o found footage. Por esta altura, acho que toda a gente e a sua mãe tomou uma decisão sobre se o género está morto e enterrado, é um zombie ou as notícias sobre a sua morte foram exageradas. Posto isto, Gonjiam: Haunted Asylum é um found footage que sucede num antigo Hospital Psiquiátrico em ruínas. Sim, é muito possível que tenham tido flashbacks com o “Grave Encounters” mas a justificação para o seu visionamento é similar: por esta altura já sabem se o querem ver ou não, mesmo que não leiam as próximas linhas. Adiante. O dono de um canal de youtube especializado em investigar casas assombradas reúne um grupo de exploradores e a sua equipa de filmagens para fazer um direto da expedição a Gonjiam. O grupo é diversificado: malta gira, impressionável, corajosa, supersticiosa… o habitual. Algum tempo é dedicado à preparação da equipa de filmagens e à história da casa. No entanto, transmite uma aura de modernismo, pós 2015 diria, com o advento e sucesso dos canais de youtube e a sua consequente profissionalização. O dono do canal e promotor do evento não se cansa de repetir a importância dos números e a insistência na exploração de tudo quanto a tecnologia tem para oferecer como por exemplo, as go-pros e a utilização do splitscreen para apresentação de perspetivas diferentes em simultâneo. Quanto ao argumento este não é muito diferente do que se viu no género desde a separação da equipa em momentos-chave a momentos de gritos e correria descontrolada, mas é competente e estaria a mentir se não tivesse sentido a sala gelar ou sobressaltar-se com alguns jumpscares. Duas estrelas e meia.

Director: Beom-sik Jeong
Writers: Beom-sik Jeong e Sang-min Park
Seung-Wook Lee como Seung-wook
Ye-Won Mun como Charlotte
Ah-yeon Oh como Ah-yeon
Ji-Hyun Park como Ji-hyun
Sung-Hoon Park como Sung-hoon
Ha-Joon Wi como Ha-joon

Próximo Filme: Notas de um Filme de Terror - parte cinco

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