O terceiro capítulo da série sul-coreana realizada para televisão tenta
demarcar-se das estórias anteriores através de um regresso ao passado. Enfase,
no tentar por que, para todos os efeitos, um filme sobre espíritos continua a
ser um filme sobre uma assombração, seja ontem ou hoje. Algures no ano 500, a
General Bai Lan conduziu o seu exército contra uma pesada derrota face a Sun
Law. A sua fama de impiedosa e o medo de que pudesse regressar além campa faz
com que uma bruxa lance um feitiço sobre ela. Nos tempos actuais, Wai Lai e o
produtor Wing encontram num antigo estúdio a melhor opção para as suas
carreiras deslocar. Entre os velhos papéis do local, Wing encontra uma canção
inacabada e decide completá-la. Entretanto, Wai começa a ter visões de uma
mulher de vermelho e procura o apoio de Wing mas ele está demasiado envolvido
com o seu mundo interior, como se estivesse possuído. Qual a ligação entre a
aparição e a canção misteriosa? Se a conexão entre estórias não fosse por
demais óbvia… Mas esse ainda é o menor entre os problemas (demasiados), que “Song
of the Dead” apresenta.
A canção dos mortos surge do nada e para lá regressa. Qual é o
significado da canção? Por que é tão especial que se torna a ponte entre o
passado e o presente? Além disso, alguém me consegue explicar, se Bai Lan é que
foi amaldiçoada e viu o seu espírito prisioneiro, o que faz um dos seus
soldados nos dias de hoje? Isto, só em termos de argumento, já que no que se
refere à sonoplastia e cenografia, “Song of the Dead” fica uns bons furos
abaixo de um trabalho aceitável efetuado por alunos do 3º ano do curso de
cinema. Parece que o orçamento explodiu nas cenas de batalha e respectivos
figurinos, o que fez com que as cenas, na atualidade e no próprio estúdio
sofressem bastante. É de aplaudir a utilização em determinados momentos da luz
e da sombra para esconder a escassez de meios. Nem o elenco completa o cenário,
passeiam-se pelo ecrã como sombras, como se fossem artigo secundário de um
evento principal que nos escapa a todos. Recordam-se daquele ditado do senhor Wilde no
qual ele dizia: “falem bem, falem mal, mas falem de mim”? Quer-me
parecer, volvida uma década que não há memória desta canção dos mortos. Uma
estrela.
Realização: Gyu Hwan Lee
Argumento: Alex Garland, Carlos Ezquerra e John Wagner
Ri-su Ha, Hyun-jin Kim, Tae-hwa Seo e Ga-yeon Kim
Próximo Filme: “The Good, the Bad, The Weird” (Joheunnom nabbeunnom isanghannom, 2008)
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