domingo, 6 de julho de 2014

Jeritan Kuntilanak, 2009

Deliciem-se...

Reina (Garneta Haruni), Ferry (Andrew Ralph Roxburgh), Bimo (Zaki Zimah), Vivin (Joanna Alexandra) e Lila (Furry Citra) são cinco estudantes que decidem aproveitar a ausência dos pais de Reina para passar uns dias de descanso no casarão da família. O ambiente entre eles não é o melhor. A animosidade de Reina para com Lila é evidente, já que ela suspeita que Ferry esteja interessado na rapariga ao contrário dela própria e que o sentimento possa ser recíproco. Se Ferry não tivesse convidado Lila, a viagem podia ter sido uma boa oportunidade para Reina o conquistar em definitivo. Os planos de diversão são arruinados a meio da viagem quando Lila tem um grave ataque de asma e o grupo acaba por levá-la para a única casa que encontram num raio de quilómetros. Escusado será dizer que a coincidência não foi a mais feliz e a casa se encontra mal-assombrada. Lila desaparece e, em pânico os estudantes acabam por fugir deixando para trás a rapariga. Eles firmam um pacto de silêncio sobre o caso mas Yunita (Julia Perez) a irmã da rapariga desaparecida não aceita esta decisão e pressiona-os para que estes a ajudem a encontrar Lila. De volta ao campus e com um segredo terrível dentro de si, eles começam a ser assaltados por visões aterradoras que correm o risco de transitar para o mundo real.

“Jeritan Kuntilanak” apresenta a sintomatologia clássica de “férias correm horrivelmente mal” com “créditos constituem o momento mais assustador do filme”, “Há resmas de Kuntilanaks na Indonésia” e “encontre o pior actor do elenco”. O filme é todo um affair de “não se percebe muito bem o que está a suceder”. Porque é que o carro avaria numa primeira fase levando os estudantes a refugiar-se na casa e depois na fuga este já arranca é um daqueles mistérios que só convêm porque se tratar de um filme de terror, onde tudo é perdoado. Errado. Porque é que os adolescentes não recorrem à polícia ou contam aos familiares que tiveram medo e deixaram Lila lá sozinha, pedindo para a irem socorrer é algo que me ultrapassa. Como eles (quase todos) voltam à vida normal, como se nada se tivesse passado, é muito estranho. Porque é que a meio da película, os personagens que a princípio possuíam o protagonismo quase desaparecem é outra questão. Como é que ainda há quem ache piada a Zacky Zimah e que este com 30 anos ainda faça o papel de um estudante é algo que me ultrapassa. Apenas a irmã e Vivin sofrem com o desaparecimento da rapariga, uma por motivos óbvios, a segunda devido sentimentos de culpa. Haja alguém que tenha algo parecido com empatia! Até Ferry, o potencial interesse amoroso de Lila perde o interesse logo após a excursão fracassada. O mínimo que uma pessoa apaixonada pode fazer é demonstrar preocupação pelo objecto amoroso não?
Onde “Jeritan Kuntilanak” sofre realmente é com a execução infantil. Não é como se a estória fosse fenomenal ou desse para esticar os músculos da representação do limitado elenco. No entanto, a sensação de que as cenas foram concluídas num único take é demasiado forte para negar. Isso e a prevalência de sons que se devem assemelhar a algo de incrivelmente assustador enquanto as actrizes em trajos menores rodopiam sobre si próprias como se de baratas tontas se tratassem. O elenco é assombrado durante o dia, enquanto dormem e, em quase todas as assoalhadas da casa. O ciclo é repetido até à exaustão: uma personagem é ameaçada vezes sem conta e depois passa à seguinte. O enquadramento das cenas chega a ser replicado ao pormenor. Até ao bocejo. “Jeritan Kuntilanak” podia ter ser sido criado por quaisquer maçaricos e se calhar, com melhores resultados. Mais assustador? Apenas pensar que isso produzirá algum efeito nas audiências mais cépticas e/ou habituadas a ver filmes de terror. Meia estrela.



O melhor:
- Esquece-se facilmente
- Noventa minutos de ocupação para quem não tem nada que fazer
- Pode ser bom... Se fingirem que é uma sátira

O pior:
- Não é suficientemente curto
- Execução técnica (a todos os níveis)
- Menção especial aos actores, umas lições de representação se calhar não lhes fazia mal
- Imaginação que é feito de ti?

Realização: Koya Pagayo
Argumento: Shinta Rianasari
Julia Perez como Yunita
Garneta Haruni  como Reina
Andrew Ralph Roxburgh como Ferry
Zaki Zimah como Bimo
Joanna Alexandra como Vivin
Furry Citra como Lila

Próximo filme: “Cyrano Agency” (Sirano; yeonaejojakdo)

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