domingo, 17 de janeiro de 2016

TCN Blog Awards – O Fim de uma Era


Se há cerca de um ano dizia que “a tradição ainda é o que era”, diz que em 2016 chegou a hora de dizer adeus. Os TCN Blog Awards, pelo menos no modelo em que o conhecíamos, morreram. Se calhar sou uma eterna optimista pois embora os sinais estivessem todos lá, sempre mantive a esperança de continuidade. A partir dali só se podia crescer, certo? Os TCN representam, de certo modo, o percurso dos blogues que fizeram com sucesso a transição de recantos escondidos a espaços com reconhecido mérito de utilização intensiva por quem procurava uma perspectiva pessoal, algo um pouco mais denso que o mero rating de um filme. Hoje em dia, fala-se já não em jeito de sussurro mas em voz alta da morte dos blogues. Não gosto de falar de morte. É uma palavra tão chocante, tão definitiva que prefiro falar de hiatos ou de transição. Gosto de pensar que foi apenas a vida que aconteceu. Os que fazem isto há mais tempo envelheceram, arranjaram outras ocupações, viram a família aumentar e perderam o tempo, a paciência, a motivação (ou todos) para os manter. A malta mais nova se calhar até prefere o Tumblr ou o Podcast, ao dinossauro Blogue. Confesso que nunca me vi tão perto de transitar ao próximo plano de existência (não é desistir, atenção). O tempo e a paciência escapam-se-me ainda que continue tão fascinada pelo Cinema, tal como no primeiro dia em que com um template feioso abri o Not a Film Critic. Continuo a não conseguir encontrar um hobby pelo qual tenha tão grande paixão como por este. Mas noto-me cansada, repetitiva e com pouco de novo a oferecer, pelo menos, no contexto “blogue”. Talvez os leitores o sintam também. Eles, que por aí andam mas não se manifestam. Nem sequer para barafustar. No presente estou cá, no futuro se verá. Mas essa já é outra conversa...

Neste ponto nos encontramos com uns TCN que nunca estiveram tão próximos do cinema que pretende homenagear como neste ano: Houve um afinar de categorias, houve uma academia, houve a exibição de um filme – o “The Big Short” (2015) –, que se encontra nomeado por esta altura para cinco óscares; houve o apoio de distribuidoras e, tudo isto sucedeu num cinema, veja-se. O formato foi talvez o mais próximo daquele que se podia almejar para um momento de celebração do cinema em Blogue. Gostaria de pensar, por isso, que terminámos (plural, sim), em grande. Este ano, já muitas linhas se escreveram sobre este tema e, concordando com quase todas, pouco tenho a acrescentar.

Quero assim agradecer as muitas nomeações que demonstram, desde 2011, ano desde qual tenho participado ininterruptamente nos TCN, que alguma coisa devo fazer bem (yupi!) e o Prémio de Melhor Ranking/TOP para o artigo “Top 15: Música de Filmes de Terror” e que tanto prazer me deu (ainda) escrever, bem como, dar um agradecimento especial ao Carlos Reis que em conjunção com a sua equipa de heróis, provou que o impossível é apenas uma palavra.

Também podia escrever algumas linhas sobre o grupo de amigos que todos os anos procuram estender o evento a uma festa anual (informal é certo) de blogues mas isso soaria demasiado a uma despedida. E como já tinha dito, eu detesto despedidas. Vemo-nos por aí.



Vencedores:
Blogger do Ano: Pedro do Cinemaxunga
Melhor Blogue Individual: A Janela Encantada
Melhor Blogue Coletivo: TVDependente
Melhor Crítica de Cinema: Mad Max: Fury Road
Melhor Crítica de Televisão: Mad Men: 7ª Temporada
Melhor Artigo de Cinema: Cinema Mudo Escandinavo
Melhor Artigo de Televisão: The Daily Show with Jon Stewart
Melhor Ranking/TOP: TOP 15: Músicas de Filmes de Terror
Melhor Rubrica: Posters Caseiros
Melhor Reportagem: Cannes 2015
Melhor Entrevista: Entrevista a Shlomi Elkabetz
Melhor Iniciativa: VHS Podcast
Melhor Novo Blogue: Jump Cuts
Melhor Portal/Facebook: Girl on Film
Melhor Festival: MOTELx
Melhor Distribuidora: Alambique Filmes
Melhor Canal: TVCine & Séries
Prémio Memória: Cinedie

2 comentários:

  1. Nem te atrevas a desaparecer. Comigo o truque é ir redefinindo objectivos, e ter o gozo de os alcançar. Como eu dizia há poucos dias ao Pedro Pereira do "Por um Punhado de Euros", penso que cada vez fazem mais sentido os espaços de nicho, seja do western spaghetti, no caso dele, seja do terror asiático, no teu. Anda tudo demasiado generalista, a ver e gostar do mesmo. Os blogues servem também para isso, para trazer algo diferente, que se calhar, de outro modo nunca chegariam a ninguém. Acredita!

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  2. Os comentários podem ser menos por preguiça, mas os leitores continuam por aqui.

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