sexta-feira, 13 de maio de 2011

"One Missed Call" (Chakushin Ari, 2003)

O filme "The Ring" (Ringu), saiu em 1998, (yep foi assim há tanto tempo), pelo já era tempo de perceberem que os telefones não trazem nada de bom. Ainda insatisfeitos, os cineastas sul-coreanos lá acharam que não era suficiente e que esta vaca ainda tinha umas tetas bem cheinhas para espremer e lançaram a sua própria interpretação com "Phone" (Pon, 2002). Em "One missed call" o aparelho continua a marcar uma sentença de morte mas o conceito é ligeiramente diferente. Se em "The Ring", as vítimas recebiam uma chamada a avisá-las que iriam dar o esticão final dentro de sete dias, neste último atendem o telemóvel e ouvem as suas últimas palavras antes de morrer. Cute, right? E não vale não atender o telefone, colocá-lo no silêncio, ou sequer ignorá-lo, que o emissor arranja sempre maneira de o fazer tocar, uma música infantilmente diábolica, non stop. Se não morrerem seja lá do que for, morrerão de enjoo da música. Uma vez tive um telemóvel que desligava e o alarme continuava a tocar. Isso não significa que estivesse assombrado. Ou será que estava? Adiante, se algum dos vossos amigos receber a chamada fatal, mais vale começarem a planear o vosso funeral! É que o fantasma é todo dado às tecnologias e consulta a lista telefónica para encontrar o seu próximo alvo. A sério. Nos dias de hoje nada como ser prático. Em "One missed call", os argumentistas não foram muito simpáticos, os personagens chegam a só ter apenas mais um dia até ao inevitável suceder. O que fariam se soubessem só tinham mais um dia de vida? Aqui é desperdiçado na esperança de o prolongar.
 
Esta aventura no mundo dos telemóveis assombrados é do grande Takashi Miike"Audition" (Ôdishon, 1999) para citar apenas um. O nome acaba por criar expectativas. Tal como estas são criadas estupidamente, quando se fala no James Cameron (ver "SANCTUM"). É um daqueles casos, em que o cineasta terá de saber claramente que este não é um bom filme. Não é. E não será com certeza dos trabalhos de que mais se orgulhará. Ok, tem uns bons sustos, a história anda ali na linha da previsibilidade, algumas mortes originais (estúdio de televisão?), a ocasional rapariga de cabelo negro com ar de sonsa mas, para o realizador que é, sabe a pouco. É bonzinho vá. Apenas, não acrescenta nada ao cinema de horror e japonês em geral. E para Miike, é muito, muito pouco. Nada tem do horror, do choque, do pontapé nos testículos, (os leitores do sexo masculino que me perdoem a imagem gráfica), de "Audition". Infelizmente. A rapariga de longos cabelos negros tornou-se um cliché. Quando isto sucede, o impacto reduz-se substancialmente. Em termos técnicos nada a apontar, ocasionalmente, a câmara aponta para um ângulo tão estranho que sabemos que ali vai acontecer qualquer coisa. Quer dizer, os fantasmas não têm as limitações físicas dos vivos. Paredes, tectos, armários, é uma festa. A actriz principal (Kô Shibasaki), também tem uma presença bonita e não compromete. Para quem gosta de J-horror e não importa de ver uma variação dos filmes acima citados, é uma boa aposta. Para os restantes é um profundo bocejo. Duas estrelas, bem espremidas de cinco.


Realização: Takashi Miike
Argumento: Yasushi Yakimoto, Minako Daira
Elenco:
Kô Shibasaki como Yumi Nakamura
Shin'ichi Tsutsumi como Hiroshi Yamashita
Kazue Fukiishi como Natsumi Konishi

Próximo Filme: "Dorm" (Dek Hor, 2006)

3 comentários:

  1. Terror psicológico, é mesmo melhor realizado por países asiáticos. Os americanos acabam por estragar tudo com pormenores rídiculos.Pelo menos do pouco que conheço do cinema coreano ou japonês é essa a impressão com que fico em comparação com so made in USA.

    http://cinemaschallenge.blogspot.com/

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  2. Bem, de facto o terror japonês também tem o hábito terrível de se copiar a si próprio é como um ciclo interminavel de the Rings e The Grudges mas lá meio tem essas ideias muito boas que os EUA copiam.

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  3. Durante muito tempo foi o mru toque de telemóvel, ah, ser assustado por mim mesmo!

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