domingo, 8 de maio de 2011

"Sacred" (Keramat, 2009)

Tema musical principal de "Sacred", interpretado por Poppy Sovia. Na impossibilidade de encontrar um trailer legendado em inglês, deixo-vos o videoclip da canção com imagens do filme.

Vim aqui e abri a página do blogger pronta para usar uma série de palavrões para descrever "Sacred" mas tive o bom senso de me acalmar, fechar tudo e resistir à tentação urgente de escrevinhar em papel. Às vezes é preciso deixar as ideias amadurecer. E já decidi. Não mudei de ideias. Um milímetro que fosse. Agarrem-se às cadeiras que esta vai doer. Já nada é sagrado. Lembram-se de "The Blair Witch Project" (1999)? Na altura, o primeiro filme foi inovador, um blockbuster, lá com aquela câmara aos tremeliques que, pessoalmente, não me convence mas resulta. Eram três miúdos numa floresta a fazer um documentário. Quanto ao segundo filme... Alguém se lembra do segundo? Pois. Hey, ganharam dinheiro para não precisarem de trabalhar mais um dia que fosse. Passaram dez anos. Alguém deve ter pensado, "bem, a malta provavelmente já se esqueceu, embora para a floresta filmar umas cenas porreiras". Not cool, dude.
Adiante, temos direito a uma equipa de filmagens, que vem de Jacarta para Bantul filmar qualquer coisa sobre uma rapariga que não tem uma perna e depois arranja uma prótese e o resto não interessa. Entretanto, a pobre Migi Paramita (idem), que entra no filme e no filme dentro do filme, coitada, adoece e começa a apresentar um comportamento cada vez mais estranho.
Numa situação normal, esta seria uma sinopse ligeiramente interessante, excepto nada de especial acontece. A película é tão aborrecida que dei por mim a bocejar e a olhar para o relógio. Ora, quando alguma coisa acontecia mesmo, também não dava para perceber porque o raio da câmara não sossegava! Mas sim, sei que é suposto a câmara transmitir amadorismo e atribuir mais realismo à história, blá, blá, blá...
Muitos filmes têm histórias inverosímeis, no entanto, por tecnicismos vários, qualidade dos actores, etc, lá conseguem apresentar um produto final aceitável. Em "Sacred" nem isso se consegue. Alguns dos personagens são detestáveis. Dei por mim a querer saltar para dentro do écran e querer estrangular duas mulheres. Eu adoro ver mulheres que são fortes e não se deixam intimidar facilmente por oposição à típica mulher submissa da primeira metade do século passado. Mas, destas duas, qual a pior? Uma era histérica, sempre aos gritos com toda a gente e a outra não parava de chorar. Na minha cabeça só ecoava a música "M m m my sharona" Get it?
Além disso, todos os acontecimentos que se desenrolam a partir de certa altura são totalmente desnecessários e evitáveis. Tinham eles de fazer aquilo? Eram obrigados a seguir aquele caminho? Não e não. Eu sei que não teríamos filme mas teria sido tão melhor assim... O realizador, (Monti Tiwa) que também faz de cameramen Cungkring (agora é que não o perdoo mesmo) fez os seus actores sofrer. No filme nota-se, não se preocupem. Segundo o que li, a equipa perdeu em média 5 a 10 kilos. O sofrimento não é representação, é real. Ah, a película ainda tem espaço para um shaman, preocupações ecológicas e o tremor de terra ocorrido no ano de 2006 em Bantul... Notem que não gostei do filme. Apenas não acredito que seja representativo do cinema Made in Indonesia. Agora, que classificação lhe dou? Um terço de estrela? Um quinto? Um décimo? Olhem, é mau. Vejam por vossa conta e risco.




Realização: Monti Tiwa
Argumento: Kazuo Umezu (manga), Hirotoshi Kobayashi (argumento)
Elenco:
Poppy Sovia (idem)
Migi Paramita (idem)
Sadha Triyudha (idem)
Miea Kusuma (idem)
Dimas Projosujadi (idem)
Diaz Ardiawan (idem)

Próximo Filme: "One Missed Call" (Chakushin Ari, 2003)

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