O plano parece correr melhor do que o esperado. Mariko desperta e Sue, além de escapar ilesa de um violento acidente de automóvel descobre que o cancro desapareceu. Esta seria a altura em todos batíamos palminhas, soltavamos sorrisos e íamos para casa contentes. Mas há um twist, há sempre um twist. Chris e a namorada começam a ser assombrados por um fantasma e Sue recebe a notícia de que o seu noivo morreu num acidente rodoviário. Não se consegue mesmo enganar a morte pois não? É um pouco de "Final Destination" (2000) mas sem as mortes requintadamente planeadas e um pouco mais de história. Pena. As mortes é que lhe davam piada. Não me considero de compreensão lenta mas só a meio de filme é que entendi o que se estava a passar. Tipo, o que é que Chris e Sue têm em comum, excepto o fetiche de se enfiarem em caixões? Com diálogos atrozes e um enredo a um passo de ser incompreensível, não há muito que se possa fazer. A cena em que finalmente Chris e Sue se encontram é forçada. Bem que dava para fazer da narrativa fragmentada dois filmes: "The Coffin 1" e de "The Coffin 2". Considerando que a película se estreou na bilheteira em primeiro lugar, não seria muito mal pensado.
O Ananda Everingham estava em muito melhor forma em "Shutter" (2004), do que em "Coffin" onde tirando uma cena mais tocante, roça a banalidade. Quanto a Karen, lamento mas não senti ali grande coisa. Pouco sofrida para quem tem cancro, ainda menos sofrida para quem perdeu o amor da sua vida. Culpa? Medo? Não aparece. Ela lá faz umas caretas faciais mais simpáticas mas nada em que se preveja algum tipo de identificação com a personagem.
O melhor são mesmo os benditos filtros azuis. A cena de abertura em que se tem um longo plano geral é belíssima. Marca um tom vencedor que é pouco recuperado em cenas posteriores. Damn it. Notem que ainda não referi os elementos de terror. Pois. Viram o trailer? Et voilá. Aí têm os momentos mais assustadores do filme. Se me perguntarem se mete medo, respondo que nem por isso. No entanto, a espaços, as cenas dentro do caixão conseguem ser claustrofóbicas. Embora, nisto seja suspeita: eu sou aquela que tremeu com as cenas subterrâneas de "The Descent" (2005). Se não acharam este filme minimamente claustrofóbico, não têm o mínimo motivo para temer "The Coffin". Já a música é tão, tão aborrecida que se não estivesse a ver um filme de terror adormecia. Até pan pipes, e não sou fã do género encaixariam melhor que o minimalismo deprimente que resolveram imprimir ao filme. Há uma diferença entre melancolia e aborrecimento que claramente não foi entendida. Quanto à classificação não é preciso pensar muito. Eles meteram-se no caixão e pregaram-se lá dentro. Uma estrela.
Realização: Ekachai Uekrongtham
Argumento: Jin Han
Elenco:
Ananda Everingham como Chris
Karen Mok como Sue
Florence Vanida como Nan
Aki Shibuya como Mariko
Napakapapa Nakaprasitte como May
Karen Mok como Sue
Florence Vanida como Nan
Aki Shibuya como Mariko
Napakapapa Nakaprasitte como May
Próximo Filme: "Suicide Club" (Jisatku sâkuru, 2001)
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