quarta-feira, 20 de julho de 2011

"Harry Potter and the Deathly Hallows part II" (2011)

Sabem aqueles filmes que dão origem a uma série monumental em que seguimos todos os episódios religiosamente? E que depois, filme após filme, vamos ficando mais ou menos saciados, sempre ansiosos por chegar ao fim épico e compensador como só um último filme pode ser? Pois, "Harry Potter and the Deathly Hallows part II" não pertence a essa equipa.
Antes que me linchem virtualmente, deixem-me só esclarecer que não desgostei do filme. Embora, para dizer a verdade, tenha gostado mais do livro. Sim, eu li os livros e vi os filmes por essa mesma ordem. Não sou uma Potteriana ou lá o que chamam aos seguidores mais fervorosos da série. Ainda assim, sou fã dos livros e dos filmes, também por essa ordem e estou aqui, em jeito de mea culpa a admitir que o oitavo filme não só não esteve ao nível das minhas expectativas como ficou aquém. Lamento, imenso. Todos estes anos, rios de dinheiro, realizadores e escritores, Michael Gambons, Daniel Radcliffs, Maggie Smiths e companhia, não chegam para tornar a última obra uma peça de arte. Também escrevo estas linhas sabendo que este blogue não chega a ser sequer uma gota no oceano de reviews, notícias e afins sobre o franchise HP.

Assim, sabendo do impacto "nulo" que esta crítica terá não me sinto constrangida em escrever e repetir que a saga merecia melhor. Sem spoilers, que eu não sou fã que me estraguem o visionamento em DVD ou no cinema, acho que todo o episódio foi uma grande corrida, forçada mas sem ser cansativa. Isto, por que no final fica a vontade de mais. As personagens desfilam pelo écrã dizendo banalidades, palavras de circunstância e vão assim desaparecendo. Os momentos de comic relief, foram pouco e mal distribuídos e de relief  tiveram muito pouco. Cenas fulcrais no livro (quem os leu saberá bem do que está a falar) são tratadas a correr, sem a importância vital que dá o espiríto ao livro e de que o filme bem precisava. As grandes batalhas, sabem a pouco. O desfecho de certos personagens é muito mal tratado. Quer alguns vilões como membros do exército de Dumbledore, não são tratados com o respeito que a J.K. Rowling lhes devotou. É como se não importassem. Para quem os detestou ou amou fervorosamente importa. Segundos, num filme de 130 minutos não são nada. Custava muito terem alargado a duração do filme?  Também a banda sonora se afasta do brilhantismo de John Williams. Alexandre Desplat, afasta-se essencialmente do core de toda a saga, isso não se faz. A herança é pesada mas não se muda de identidade no final do jogo! Já a utilização do 3D é apenas mais uma tentativa vergonhosa de nos sacar dinheiro. Não há nada no filme que justifique a sua utilização.
Mas também existem coisas boas. A saga Harry Potter sempre foi visualmente agradável, mesmo nos momentos mais dark. O elenco é de estrelas. O tempo que lhes é concedido não lhes permite brilhar mas o pouco que fazem, fazem-no como só elas. Vejam-se a Helena Bonham-Carter (Bellatrix Lestrange) ou o Alan Rickman (Severus Snape). E responde a todas as questões. Aquelas que desde o início atormentavam a audiência: afinal qual é o grande plano de Dumbledore para Harry Potter? Porque é que Snape sempre maltratou o Harry Potter? Será que a Hermione e o Ron alguma vez admitirão que estão apaixonados? Tudo isso é uma gigantesca cereja no topo de bolo. Acaba bem? Sim. Mas se podia acabar bem melhor? Sem sombra de dúvida. Duas estrelas e meia.

Realização: David Yates
Argumento: Steve Kloves e J.K. Rowling (livro)
Elenco:
Daniel Radcliffe como Harry Potter
Emma Watson como Hermione Granger
Rupert Grint como Ronald Weasley
Ralph Fiennes como Lord Voldemort
Michael Gambon como Albus Dumbledore
Alan Rickman como Severus Snape
Helena Bonham-Carter como Bellatrix Lestrange

Próximo Filme: "Three...Extremes - Box" (Saam gaang Yi, 2004)

2 comentários:

  1. Todos temos direito à nossa opinião. A meu ver, o filme teve um final digno. Não é melhor que o livro mas nenhum dos filmes é. Mesmo assim, conseguiram transmitir o essencial e pôr um fim a uma saga que me encheu as medidas durante anos.

    Abraço
    Frank and Hall's Stuff

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  2. Sim, claro que temos, ainda mais na blogosfera ;) A questão é que com todo o feedback globalmente positivo que o filme tem tido quase parece um pecado apontar aspectos negativos. Não acho que o filme seja mau, nem de perto nem de longe, tem boas actuações, bons efeitos especiais, fotografia... Mas gostava que me tivesse preenchido as medidas. Com isto, nem sequer estou a dizer estar a um nível semelhante ao dos livros. Fica a sensação de que falta algo. Talvez uma meia hora de filme. Sobretudo, gostava de ter ficado mais tempo na cadeira e de querer ter ficado mais tempo na cadeira. Obrigada pelo comentário, opiniões mesmo que discordantes são sempre bem-vindas.

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