O juiz implacável é instruído a levar a nova recruta Cassandra Anderson (Olivia Thirlby) para um dia no terreno. Com resultados abaixo da média, o mais certo é morrer logo no primeiro dia de trabalho, mas ela é uma caixinha de surpresas. E nós sabemos como adoramos personagens com truques na manga. Certo? Até o nome da moça soa bem, Anderson, como o nome de Neo na Matrix, o elemento que não pertence, ou que pertence a um plano superior ou de qualquer um dos três realizadores. A Lei de Murphy entra em acção e depressa uma operação de rotina dá lugar aos dois juízes encurralados num bloco de apartamentos com 200 andares e perseguidos por um gangue de traficantes assassinos, determinado a aniquilá-los. Quando me refiro à lei de Murphy não estou a falar do Alex Murphy do Robocop, se bem que… também ele usava um capacete que raramente retirava e perseguia os vilões mais implacáveis, no brutal universo de Verhoeven. Hmmmm…
De qualquer modo, esta foi a última vez que vi ser utilizada a desculpa de uma droga dura para justificar acção pura e dura. Que importa? Resulta. Uma droga com o nome espectacular de slo-mo (câmara lenta), pois sob o efeito dela o tempo parece nunca mais passar. E a vilã Ma-Ma (Lena Heady), sim a vilã é uma mulher - feministas deste mundo regozijem -, é malédica ao nível de uma velha que oferece fruta envenenada a crianças. Isto, sem mencionar a cara desfigurada e inexpressiva. Ela tem poucas ou nenhumas falas. Mas não é como se precisasse de proferir uma palavra para termos medo dela...
Por tudo isto, o que me escapa à compreensão é o facto de as audiências não terem aderido. A violência não tem de assustar ninguém dos cinemas, nem impedir alguém de utilizar meios menos legais para visionar o filme (não disse isto). Uma personagem de BD desconhecida é tão acessível como qualquer personagem criada de raiz. E não é como se o departamento de efeitos especiais tivessem cometido alguma falha grave. Não pretendo que milhões de pessoas estejam erradas e uma minoria certa quanto às suas opções cinematográficas mas, talvez, seja altura de repensar as opções e dar oportunidade a gemas que à partida estariam confinadas aos DVDs a 5 € no supermercado. Mais que não seja, façam-me lá a vontade, por que eu quero uma sequela. Sim?! Quatro estrelas.
Realização: Pete Travis
Argumento: Alex Garland, Carlos Ezquerra e John Wagner
Karl Urban como Dredd
Olivia Thirlby como Cassandra Anderson
Lena Heady como Ma-ma
Próximo Filme: "Zebraman", 2004
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