Close-ups para que vos quero? |
Soledad (Ces Quesada) convida Carlo (Luis Alandy) e Ana (Precious Lara Quingaman) para o Babang Luksa da sua filha Beatriz (Arya Valdez). Desde esse momento as vidas de todos ficam marcadas. Por quem ou o quê, não se sabe ao certo mas suspeito que as sombras e close-ups das caras assustadas do elenco signifiquem que existe uma assombração. Outra conclusão perfeitamente lógica é a de que Beatriz não partiu para o outro lado e prefere ficar na terra a atormentar quem lhe foi prestar homenagem. Porque parece que quem nos quer bem é a vítima ideal para estas coisas de assombrações. Pelo menos é essa a opinião de Ana que é a mais acossada pelas manifestações de Beatriz. Aliás, a amiga nem sequer teria qualquer motivo para estar zangada com ela. Alguma vez ela devia ficar chateada por Carlo que lhe foi apresentado por Ana a rejeitar por esta última? Beatriz nem sequer cortou os pulsos por despeito. Sim, ela era uma moça que estava de bem com a vida e que não guardava qualquer rancor da amiga por esta tomar o seu amado…Além disso, Ana deveria descansar como aconselham Soledad e Carlo. Deve ser por causa disso que ela está com uma imaginação demasiado activa. (Quando estou cansada dá-me assim para o sono ou até tonturas, não para ver fantasmas, mas isso sou eu que não percebo destas coisas). Assim ela toma o curso de acção mais sensato: faz uma sessão espírita para pedir à amiga para os deixar em paz. O que podia correr mal?
Um dos pormenores mais fantásticos é o facto de “Babang Luksa” ser uma produção independente. Normalmente uma obra é denominada independente quando não tem um estúdio por trás. Ora se a ausência de recursos é flagrante, o que não é tão imediato é entender como conseguiram atrair uma beauty queen e uma apresentadora de televisão conhecidíssimas para um filme que não ficará na estória do cinema independente, quanto mais filipino. Os críticos de cinema são massacrados por estarem sempre a falar da qualidade dos argumentos e Babang Luksa é um excelente exemplo disso mesmo. É vermo-nos obrigados a ver uma novela com a desculpa que é filme e sentirmo-nos desafiados nas nossas faculdades mentais porque os actores explicam a todo o momento o que se passa no ecrã. “É a Beatriz!”, “Tem de ser a Beatriz”, “Tu não tens culpa nenhuma do que sucedeu à Beatriz”, “Amo-te a ti e não à Beatriz”, “O que posso fazer para acalmar a Beatriz?”, “O que está a suceder?”, “Tem cuidado” e “Não temos a certeza do que se está a passar” repetem-se.
Não fosse a estupefacção por nos proporcionarem momentos destes e ainda somos brindados com cenas do quotidiano de Carlo e Ana. Ele anda muito stressado coitado, pois parece que os números da empresa (vendas?), não são o que deviam, conforme é indicado numa reunião de trabalho onde os colegas ostentam um ar seríssimo e de extrema preocupação. Já ela tem uma chefe horrível que a maltrata mas entretanto Ana demonstra que é uma profissional eficiente numa urgência apesar de perder o doente. Porque é que isso é importante também não sei. Se a ideia é demonstrar que eles são pessoas normais o argumentista, quem quer que seja, falha a partir do momento em que apresenta a hipótese da assombração ao fim dos primeiros cinco minutos de filme. Entre diálogos que não se assemelham de modo remoto à vida real que se tenta emular, problemas de continuidade que produzem a confusão e uma péssima caracterização do “monstro” a única questão que restará é se este filme era a única opção para visionamento nesse dia. A outra opção seria decerto melhor. Meia estrela
Curta duração do filme
O pior:
Argumento, incluindo diálogos saídos de uma novela
Continuidade
Caracterização horrível
Direcção horrenda
Suspense inexistente
O tempo de vida desperdiçado
Realização: Yuan Santiago
Precious Lara Quigaman como Ana
Luis Alandy como Carlo
Angelika Dela Cruz como Idang
Roselle Nava como Cathy
Helga Krapf como Kris
Ces Quesada como Tita Soledad
Joy Viado como Dra. Catacutan
Joshua Ocampo como Miguel
Arya Valdez como Beatriz
Rachael Chezka Marie Decena como Sigbin
Próximo Filme: "Ghost House" (Gwishini sanda, 2004)
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