Um grupo de jovens estudantes decide passar um fim-de-semana prolongado numa ilha remota. Dele fazem parte Nam (Cheeranat Yusanon), Jack (Acharanat Ariyaritwikol), Boi (Sean Jindachot) e o casal de raparigas Beam (Busarin Yokpraipan) e Pui (Gitlapat Garasutraiwan). Eles decidem esconder os seus planos de Thongsook (Chinawut Indracusin), um colega com claros problemas de desenvolvimento que tem um fraco por Nam que tem o condão de aparecer sem ser convidado. Não é que o considerem uma má pessoa, a maioria tolera-o por amizade a Nam, mas ele não é como eles e a sua presença revela-se inconveniente. Assim, quando ele se junta ao grupo em viagem é natural que alguns fiquem exasperados. Entretanto, ele oferece o seu amuleto que lhe confere protecção contra forças maléficas sobrenaturais. Até parece que estava a adivinhar pois o grupo “escolheu” a noite de uma lua de sangue, em que os espíritos se encontram mais perto dos humanos e se estes não tiverem cuidado poderão ser alvo de possessão. Os locais advertem-nos para este facto mas são ignorados e ainda mais rapidamente esquecidos. Entretanto, alguns deles decidem que é uma boa ideia pregar uma partida a Thongsook e acabam por fechá-lo num antigo túmulo. O que poderia correr mal? Thongsook desaparece e um a um, começam a ser caçados por um mal invisível.
“Long Weekend” é mais do mesmo. Os arquétipos estão bem definidos, por entre machos alfa, a rapariga bondosa e o rapaz que é alvo das sevícias de rufias. A novidade encontra-se no refrescante casal lésbico mas até este tem pouco que fazer até aos acontecimentos se precipitarem furiosos. Também Thongsook surge como uma personagem afável e por quem torcer considerando, por um lado o infortúnio que se abateu sobre ele e por outro o amor platónico no qual nunca encontrará correspondência. Tudo se resume a um conjunto de amigos que lutam contra forças sobrenaturais e apenas dependem de si próprios para sobreviver pois não terão qualquer auxílio do mundo exterior. Este último ponto em particular puxa pelos meus nervos e olhem que eles não são de papel. Com as ideias idiotas que pululam por aí, com o imperativo de acreditar no inacreditável, acreditem que muitas vezes fecho os olhos às muitas inconsistências que daí advêm mas estamos no século XXI. A não ser que os personagens se encontram no país subdesenvolvido, não é aceitável a explicação de que “é impossível fazer chamadas” seja por um número fixo ou por telemóvel; que os locais não tenham, se não transportes públicos, pelo menos um transporte qualquer que lhes permita sair do local onde se encontram. Não. Uma tempestade não faz um corte de electricidade por artes mágicas. Sim, é possível mas nunca na quantidade de vezes que se vêem nos filmes. E, a despeito do que se possa pensar, aquelas pessoas têm famílias e outros amigos que se preocupam com eles que a dada altura se vão questionar por que estes não lhes disseram nada nas últimas horas. Ao pé disto, a utilização gratuita de efeitos gerados por computador de qualidade média constituem o menor dos males. Também Chinawut Indracusin no seu filme de estreia sobressai pela sua competência e demostra potencial para mais altos voos.
Com momentos de humor como os que são gerados pela troca de farpas entre os membros do grupo, a queixa de morte em excesso por um cadáver e dois ou três momentos inspirados por clássicos como “The Exorcist” (1973) “Long Weekend” nunca ascende a um patamar superior ao do habitual slasher de terror. Não é como se estivesse a tentar fazê-lo mas de um país que nos trouxe “Shutter” (2004), “Phobia” (2008) ou “Pee Mak” (2013) é muito pouco. Duas estrelas.
Realização: Taweewat Wantha
Argumento: Sommai Lertulan, Eakasit Thairaat, Taweewat Wantha, Adirek Wattaleela
Sheranut Yusananda como Nam
Acharanat Ariyaritwikol como Jack
Chinawut Indracusin como Thongsook
Sean Jindachot como Boi
Kitlapat Korasudraiwon como Pui
Butsarin Yokpraipan como Beam
Próximo Filme: "Diary" (Mon seung, 2006)
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