Andei para trás e para a frente sem saber por onde começar. O Not a Film Critic encontra-se num estado de semi abandono, com umas teias de aranha aqui e ali. O último texto publicado tem meses e é a anunciar uma colaboração. Podia tê-lo deixado só e partir para outra, mas a ligação afectiva é demasiado forte. Criei-o por amor ao cinema. Nunca por achar que sabia ou sei muito de cinema. Cada vez que alguém me apelida de "especialista" não posso deixar de sorrir por dentro. Juntos atravessámos altos e baixos. Felizmente, mais altos que baixos. Conclui cursos, quebrei o coração, remendei-o logo a seguir, atirei-me ao mercado de trabalho de cabeça, perdi a arrogância própria da juventude, aprendi a lidar com a desilusão, adotei um animal, constitui família e, tão bonita é a minha... Enquanto fazia tudo isso, vi MUITOS filmes, escrevi sobre alguns, assisti a festivais, participei em encontros muito interessantes, troquei impressões com gente fascinante, participei em várias colaborações em formatos vários e fiz ainda mais amigos.
É por perceber a mutabilidade da vida que a morte do blogue é uma inevitabilidade. Os instagrams, podcasts e youtubes desta vida tomarão conta deste deserto, mas ainda não estou disposta a encerrá-lo. Não, enquanto tiver uma réstia de tempo e me der prazer. Até esse momento chegar, mantenho a memória e os textos de filmes bons, menos bons e até horríveis viva através dos textos que compõem. Feliz 9.° aniversário atrasado.
Transitando para um momento mais lúdico e, porque falei em amor ao cinema e as memórias que dele fazem intrínseca parte, dou hoje início à rubrica "Suores Frios".
Os suores frios são uma reacção natural que se desencadeia no nosso corpo para nos proteger de situações perigosas. Eles surgem quando temos falta de ar falta de açúcar mas, também, quando o nosso corpo responde ao medo, à dor, ou ao choque. Para muitos, as suas primeiras memórias de cinema estão interligadas a noites povoadas por pesadelos, esconder-se por baixo de cobertores ou o surgimento de uma qualquer intolerância surgida após o visionamento de um filme. Por que estas reacções estão mais intimamente ligadas a emoções fortes, solicitei a conhecidos bloggers, instagramers, podcasters, etc, para revelar ao mundo, em jeito confessional, o momento que os fez sentir assim pequeninos e modelou indelevelmente a sua relação com o género de terror.
Estou bastante entusiasmada com as participações. Algumas já me chegaram e, de outras, já tenho um "cheirinho". Há ali momentos verdadeiramente surpreendentes e outros que explicam o (des)gosto pelo género. Tenho também um header espectacular, cortesia do Edgar Ascensão. Espero que acompanhem e desfrutem desta viagem nostálgica que se inicia já a 08 de junho, quanto eu. Até já!
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