domingo, 26 de maio de 2013
Colaborações #3
A Girl on Film desafiou o Not a Film Critic a participar na iniciativa "Um filme, uma mulher". A selecção recaiu sobre "Bedevilled" (KimBok-nam salinsageonui jeonmal, 2010). Como não faz sentido desvendar aqui a nossa abordagem o melhor é passarem mesmo à sua leitura, aqui.
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Rita Santos
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domingo, 19 de maio de 2013
"Ghost Sweepers" (Jeomjaengyideul, 2012)
“Ghost Sweepers” não faz nenhuma tentativa de esconder os seus objectivos: estremecer nalgumas partes e rir a bandeiras despregadas noutras. Numa delas falha espetacularmente. Querem adivinhar?
Toda a construção da narrativa assenta na introdução aos personagens, cada uma distintiva. O guarda-roupa ajuda a esse trabalho mas as personalidades transparecem como, por exemplo o professor algures entre o ocultista dividido entre a nobre profissão e o estrelato, o engenheiro que pretende validar a existência de vida além-morte através do método científico mas se revela um homem frágil ou a jornalista com um exterior mais forte do que os óculos de massa grossa deixam antever. Por desenvolver ficam o monge Shim-in que possui um “terceiro olho” que lhe permite ver mais do que os colegas ou a taróloga giríssima mas perigosa. É difícil decifrar o que terá passado pela cabeça do argumentista Seong-hwi Kwon para deixar à margem duas das personagens com maior potencial. Como é possível descartar a capacidade de visão de fantasmas ou não explorar o facto de uma mulher atraente optar por um caminho solitário e com pouca credibilidade. Outra aposta fraca de caracterização é o traje jornalístico de Chan-young e os óculos da praxe. Será assim tão complicado marcar uma personagem na mente das audiências e conferir-lhe autenticidade sem a “vestir” como tal?
Ou o guarda-roupa é um engodo para esconder outras fraquezas de construção da personagem? Seria de pensar que teriam maior confiança numa actriz que entrou em filmes como “Hello Ghost” e “Tidal Wave”… Mas nem tudo são percalços. Os momentos de comédia, sobretudo os que assentam na inversão de papéis entre Suk-hyun e Chan-young são uma delícia. Ele como homem frágil e ela uma mulher mais dura que o exterior deixa ver. A transição para os momentos mais sérios é o que destrói a leveza que tinha sido conquistada com uma série de gags refrescantes. E depois apresentam tantas estórias secundárias que a dada altura percebemos que "Ghost Sweepers" não é nada o filme de amigalhaços shamans que nos quiseram vender. Porque é que nos fazem apaixonar por um filme e depois decidem que afinal não era o que pretendiam? “É um filme de terror! Ah e tal desculpem!” A sério Coreia?! A transição entre comédia e terror ou comédia e drama é um acto de equilibrismo que muito poucos conseguem atingir, vide “Hello Ghost”. Não é com certeza o realizador do “Chaw” (Javali gigante assassino) que vai conseguir acertar na fórmula. Fiquem-se pelo que sabem e fazem bem. Duas estrelas.
Realização: Jeong-won Shin
Argumento: Seong-hwi Kwon
Soo-ro Kim como professor Park
Do-won Kwak como Shim-in
Je-hoon Lee como Suk-hyun
Ye-won Kang como Chan-young
Kyung-mo Yang como Wol-kwang
Yoon-hye Kim como Seung-hee
Próximo Filme: "Paranormal Activity 2: Tokyo Night" (Paranomaru akutibiti: Dai-to-shô - Tokyo Night, 2010)
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Rita Santos
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domingo, 12 de maio de 2013
"The Unseeable" (Pen choo kab pee, 2006)
Chega uma altura na carreira de um cineasta tailandês em que ele tem de escolher difícil. Continuar a fazer os filmes que deseja fazer ou apostar num filme de terror para conseguir financiar projectos futuros. Atualmente Pee Mak Phrakanong (Pee significa fantasma), uma comédia de terror ou terror cómico, se preferirem, é o segundo filme mais visto de sempre do cinema tailandês. E a presença de filmes de terror tailandeses no top dos filmes mais vistos de sempre não é um acaso. Já antes, filmes como “Mae Nak”, “Dorm” ou “Shutter” tinham feito as delícias das audiências locais, recolhendo aclamação crítica internacional. Em comum? Realizadores cujo currículo se estende além do género que os deu a conhecer e captou todo o tipo de apoios futuros. “The Unseeable” é um desses infelizes acasos. Wisit Sasanatieng teve de baixar bastante o tom dos filmes anteriores, “Tears of the Black Tiger” e “Citizen Dog”, cuja utilização de cores saturadas podia ser apelidada de sonho Tecnicolor. Isso ou melhor da pop art de Andy Warhol, em especial a evocação do glamour de Hollywood dos anos 30. Com menores recursos e um argumento que não o seu basta dizer que a estória foi escrita por um dos membros da “Equipa Ronin” Kongkiat Khomsiri, que escreveu a tão popular série de filmes “Art of the Devil” e, mais recentemente, o desastroso “Dark Flight 407”. Só filmes de terror denotam um padrão?
A narrativa acompanha Nualjan (Siraphan Wattanajinda), uma rapariga do campo que se apaixona violentamente por um músico que surge na pequena localidade de Cholburi. Ele corteja-a e acabam por casar. Mas ele é um músico e terá de partir por uns dias em trabalho. Nunca mais retorna e uma Nualjan grávida decide procurá-lo. Eis que chega a uma antiga casa senhorial que parece parada no tempo. Entre estórias de terror contadas por uma empregada estranha, uma governanta digna de uma Mrs. Danvers da literatura, um homem que apenas cava buracos sob o olhar atento da lua e uma viúva amarga presa nos bons velhos tempos que não deseja abandonar os aposentos qual rainha de um castelo, o local não parece o ideal para uma grávida em final de termo. Ainda assim, onde é que ela pernoita?
Note-se que ela nem coloca a hipótese do marido estar morto ou de ter fugido para escapar às suas responsabilidades maritais. Pobre inocente. A ação decorre nos anos 30, um dos últimos redutos do realizador de "Tears of the Black Tiger", sendo que um dos poucos pormenores de interesse são a luta de classes. Os mais pobres têm tez mais escura e menos educação. Falta-lhes toda uma maneira de ser e de estar, acentuada por uma pele branca e leitosa qual marca de nascimento que só os da alta possuem, a crer no conservadorismo da época. Talvez por isso, os personagens de um nível inferior da sociedade surjam infinitamente mais acolhedores, "humanos" e, de certo modo, inocentes.
“The Unseeable” é um conjunto de acontecimentos que se vêm a milhas, a começar pelo título. O que aconteceu ao mistério? Ao suspense? Ao ficar nos píncaros? A roer as unhas? A esconder a face atrás das mãos? Nãooooooooo… embora dar um titulo óbvio e um trailer que desvenda os melhores momentos…
Que mania! Se vão mostrar o melhor no trailer é por que há uma tremenda falta de confiança de que conseguem vender o produto. Não. É porque sabem que o produto carece no departamento da qualidade.
Se para os realizadores tailandeses há um momento em que têm de reflectir sobre o caminho a adoptar sob pena de não conseguir fazer mais filmes também existe uma altura em que audiência se questiona se os argumentistas fizeram um pacto secreto sob o qual se comprometem a seguir, com mais ou menos desvios, a mesma narrativa. Primeiro a rapariga do filme vai parar, sabe-se lá por que obra do destino, a um local misterioso. Segundo ela toma a decisão de permanecer no sítio que não inspira assim tanta confiança. Acontece, faz parte dos homens tomar decisões estúpidas. O que não é tão perdoável assim é o que sucede num terceiro momento. A jovem é avisada em diversas ocasiões para não ter certos comportamentos. E o que ela faz é ignorar todos os avisos, quebrar todas as regras. E, em boa verdade, quem é que não sente uma ligeira satisfação pela desgraça que se abate sobre a transgressora? Duas estrelas.
Realização: Wisit Sasanatieng
Argumento: Kongkiat Khomsiri
Siraphan Wattanajinda como Nualjan
Supornthip Choungrangsee como Madame Runjuan
Tassawan Seneewongse como Somchit
Sombatsara Teerasaroch como Choy
Próximo Filme: "Ghost Sweepers" (Jeomjaengyideyl, 2012)
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Rita Santos
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domingo, 5 de maio de 2013
TOP Saga “Whispering Corridors” (1998-2009)
Trailer de "Whispering Corridors" (1998)
Duas belas tardes, nos idos de março (notem bem a referência cinematográfica, hã?), muni-me das armas essenciais de qualquer cinéfilo que se preze: chocolate, uma manta, lencinhos renova, que isto nunca se sabe quando a lágrima se forma ao canto do olho e decidi-me a visionar a saga de terror coreano “Whispering Corridors”.
“Whispering Corridors” é um dos primeiros clássicos do final dos anos 90 que contribuíram para a insanidade temporária ao redor do j-horror e k-horror. A saga gerou cinco filmes, o último dos quais estreou apenas há alguns anos (2009) e, provavelmente encerrou um dos capítulos mais famosos do cinema de terror sul-coreano. Impressões: as estudantes de liceu são bastante desenvolvidas em termos de físico (ou isso ou já contratavam actrizes mais novas para os papéis, só um pensamento), contem com uma percentagem de 0,00000000000123% de testosterona neste filme, toda a gente a dada altura pensa em matar-se ou chega mesmo a suicidar-se, os colégios femininos são um inferno e os tipos que trataram do marketing dos filmes são uns génios. Se desejam descobrir em que se baseiam estas impressões sigam sem demoras para o TOP Saga “Whispering Corridors” do Not a Film Critic.
1) “Whispering Corridors 2” – Memento Mori (1999): Min-ah é uma colegial demasiado curiosa para seu próprio bem que encontra o diário esquecido de uma colega de turma. Ao invés de o devolver ela dedica-se a explorar cada página que foi decorada como se de um tesouro se tratasse por Shi-eun e Hyo-shin de quem corre o rumor de que estão envolvidas romanticamente. Quando Hyo-shin salta do telhado da escola para a morte, Min-ah e as colegas começam a ser alvo de eventos sobrenaturais cada vez mais aterrorizantes. Conseguirá Min-ah descobrir a ligação entre o diário e o fenómeno antes que seja tarde demais?
2) “Whispering Corridors” (1998): O último ano de secundário inicia-se com uma tragédia. Park, uma professora a quem as alunas chamavam pouco afectuosamente de “Velha Raposa” é encontrada morta por enforcamento, na escola por duas alunas. Jae-yi é a típica rapariga tímida em quem ninguém repara até ao último ano e Ji-oh é a jovem artista cheia de talento que os professores conservadores adoram odiar. Elas encontram numa sala de aulas desactivada o local onde estudar e criar arte sem ninguém as incomodar. Diz-se pela escola que o local é assombrado pelo fantasma de uma antiga aluna que morreu ali 9 anos antes e que esse evento poderá estar relacionado com a morte da professora Park.
3) “Whispering Corridors 4: Voice” (2005): Young-eon passa os dias a treinar canto com a professora ou se deixa ficar até bem tarde de noite, no estúdio da escola. Um dia ela ouve um barulho e ao investigar, acaba por ser assassinada com uma pauta de música. Ela transforma-se num fantasma condenado a vaguear os corredores da escola até conseguir alcançar um qualquer tipo de resolução que lhe permita passar para o outro lado. A sua única esperança é a melhor amiga Sun-min que parece ser capaz de a ouvir do além. Recorrendo às últimas memórias antes da morte e a investigação no mundo dos vivos de Sun-min tentam descobrir quem está por trás da sua morte.
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Rita Santos
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