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quinta-feira, 1 de maio de 2014

Top 12: Final Girls


Desde os primórdios do terror, que homens pujantes de virilidade e força física ultrapassam os obstáculos mais difíceis que se lhes atravessam no caminho. Mais impressionante só a heroína de aparência frágil mas de força anímica superior que consegue sobreviver ao Homem. Vários realizadores fizeram vida (milhões) de retratar essas mulheres. Chegou pois a vez de o Not a Film Critic homenagear as heroínas dos filmes de terror, leia-se terror terrífico e não terror como em pedaço de trampa que se vê uma vez ao engano e depois se apaga o filme do computador. Disse apagar filme do computador? Desculpem, quis dizer guardar o DVD/bluray numa estante escondida para nunca mais o encontrar, exceptuando talvez, uma limpeza profunda de Verão, daqui a dez anos. Adiante, segue a minha selecção por ordem cronológica e não de preferência (juro que as Neve Campbell e Jennifer Love-Hewitt, estão em minoria).

1) Sally Hardesty (Marilyn Burns): “Texas Chainsaw Massacre” (1974) – Já não terá o impacto de outros tempos, visto que a cada nova década, os cineastas arranjam novas maneiras de aumentar o sangue e o número de mortos! Sobrevive o estereótipo da rapariga de olhos esbugalhados, cujos gritos histéricos fazem gelar qualquer espinha. Ela é Sally, uma rapariga que aprendeu à custa da morte do próprio irmão e dos amigos que não se deve dar boleia a estranhos e encetar viagens pela América rural abandonada. Ela é atacada, capturada, espezinhada, atada e submetida a pressão psicológica brutal e mesmo assim concentra todas as forças em escapar. Sabem quantas raparigas nos slashers, depois de capturadas conseguem escapar? Foi o que pensei.

2) Laurie Strode (Jamie Lee Curtis): “Halloween” (1978) – Falar de Scream Queens e não mencionar a Jamie Lee Curtis é como fazer uma lista de maiores desastres marítimos e esquecer o “Titanic”. Laurie foi apenas a primeira numa série de personagens femininas que conseguem, quase misticamente, escapar impunes aos assassinos mais sádicos e perversos que adoram frequentar os subúrbios e matar adolescentes insuspeitos. Ao contrário das amigas que a seu tempo serão confrontadas com o Fado, a desengonçada Laurie tem o instinto um pouco mais aguçado que lhe diz que algo está muito errado. Corre Laurie! Corre!

3) Ripley (Sigourney Weaver): “Alien” (1979) – O filme é de final dos anos 70 e esta continua a constituir a personagem por excelência no que à resiliência e capacidade de lidar com o desconhecido dizem respeito. Ela é esperta como uma raposa e não aceita tretas de ninguém. Ripley deve ser uma das mulheres menos curiosas da lista, o que não deixa de ser de estranhar uma vez que se encontra a um gazilião de anos de distância da terra, numa nave de transporte de carga espacial rodeada quase só de homens e cyborgs lunáticos. Quando o desastre se abate ela é dos poucos que não perdem a cabeça. Não se costuma dizer que uma pessoa se revela nas alturas mais complicadas?

4) Kirsty Cotton (Ashley Lawrence): “Hellraiser” (1987) – Perante a abertura dos portões do inferno muitos se renderão ao terror mas não Kirsty. Sem mãe e com uma madrasta odiosa ela conhece, de certo modo, o inferno na terra e quando se apercebe de atividades estranhas e extra-humanas na casa do seu pai, será capaz até de fazer um pacto com os cenobitas (anjos demoníacos) para assegurar a sobrevivência. Com maior ênfase no intelecto do que na aparência, Kirsty é calculista e uma mulher de acção que não se apoia em ninguém para resolver os seus problemas. Capaz dos planos mais audazes e pensamento rápido é a pior pessoa que o inferno podia escolher para enfrentar!

5) Sidney Prescott (Neve Campbell): Scream (1996) – A Neve Campbell irrita-me profundamente. O olhar semicerrado que grita que ela é míope ao invés de sexy não funciona para os meus lados. Não, aqui o génio está todo do lado de Wes Craven. A sua Sidney é frágil mas não uma flor delicada e encarna o mais próximo da realidade uma jovem adulta. Não é uma grande beldade ou glamorosa, não é sequer a pessoa mais inteligente do grupo de amigos e apenas tenta sobreviver como qualquer jovem que perdeu recentemente um dos pais. Ela não procura sarilhos, só quer passar despercebida no seu microcosmos, o que no género de terror é sempre de louvar. No entanto, quando a vida real se começa a assemelhar à ficção ela conhece as regras que deve seguir para se safar. Quando acha que o assassino está morto, ela certifica-se que ele está mesmo morto!

6) Julie James (Jennifer Love-Hewitt): “I know what you did last Summer” (1997) – Outra actriz enervante, outra personagem que merecia uma morte, lenta, dolorosa e com requintes de malvadez. Julie James é aquela miúda que todos adoram odiar: gira, com alguns neurónios e que segue as regras à risca. Sim, ela nunca poderia ser apelidada de espontânea mas também não esperem vê-la numa fotografia através das grades. Aqueles que a odeiam ficariam felizes por saber que ela afinal tem esqueletos no armário mas não é como se ser cúmplice de um homicídio fosse algo de que ter inveja. Também tem uma das linhas de diálogo mais estúpidas de sempre: “De que é que estás à espera, hã?” dirigidas a um assassino em série… Além de que esta personagem sobrevive à Buffy (Sarah Michelle Gellar)! Nada fixe Jennifer.

7) Trish Jenner (Gina Phillips): “Jeepers Creepers” (2001) – Num dos poucos filmes onde podemos encontrar Justin Long num papel não irritante é Gina Phillips que sobressai como “Final Girl”. Em “Jeepers Creepers” Trish e o irmão atravessam a América dos milheirais a perder de vista quando se encontram com um ser misterioso. Ela faz aquilo que uma boa irmã faz: acompanha o irmão e tenta zelar pela sua segurança ao invés de ser a típica irmã detestável. Isto não significa que os seus esforços tenham êxito. Mas se há algo que a define como uma das melhores raparigas finais é a autoconsciência pouco comum nos filmes de terror: “Sabes aquela parte nos filmes de terror em que alguém faz algo incrivelmente estúpido? Esta é essa parte!”

8) Sarah Carter (Shauna McDonald) “The Descent” (2005): Ela perdeu num acidente rodoviário provocado por ela, os maiores amores da sua vida, filho e marido. Tem amigas com as melhores intenções do mundo e um espírito de aventura elevado ao extremo. Ainda assim quem não perderia o tino? Como as amigas lhe fazem ver, ela é a maior inimiga dela própria e… se calhar delas também. Os monstros nas profundezas não são superiores aos demónios que lhe crescem na cabeça e durante algum tempo é literalmente carregada às costas pelas amigas. Lapsos momentâneos de lucidez a iluminam para descobrir que aos poucos o grupo vai diminuindo e ela continua, agora e sempre, uma sobrevivente.

9) Yasmine (Karina Testa) “Frontiers” (2007): Haverá pior do que cortar as longas melenas de uma mulher? Ok, pronto, se forem fãs do género de terror encontram 450397570284 formas de tortura muito mais humilhantes e dolorosas mas façam-me a vontade. Grávida e em fuga de uma Paris tumultuosa e de um assalto (ninguém disse que era uma santa), ela, o irmão e os amigos são capturados por uma família de psicopatas. Enquanto eles viram alimentação para minhocas (será?) a pobre Yasmine deverá tornar-se uma máquina reprodutora de bebés para os chanfrados que a capturaram. Ela até faz a sua melhor interpretação de Sally Hardesty num jantar dos diabos mas eles não se compadecem. Se quiser escapar Yasmine terá de matar ou morrer. E matar é o que ela faz…

10) Erin (Sharni Vinson): “You’re next” (2011) – Imaginem que alguém ataca a vossa casa durante um serão familiar e, um por um, os vossos familiares começam a cair mortos. O ataque faz parte de um plano sinistro e não sabem se estarão seguros em qualquer lugar. Erin é a namorada de um dos convivas e, onde outros entram em pânico, ela é expedita e tenta antecipar as movimentações da parte agressora. Ela utiliza todos os instrumentos ao seu alcance para sobreviver ou incapacitar o atacante e acima de tudo não hesita. Ela faz o que tiver de ser feito, quando tem de ser feito. A desenvoltura de Erin não nasce de um qualquer evento traumático, ela não é nenhuma inocente e está tão preparada quanto se deve estar para tais situações. Quando as coisas acontecem ela não fica parada à espera da morte: ela ataca-a com unhas e dentes. Epítome de beleza mortal.

11) Soo-ah Kim (Kim Ha-neul): “Blind” (2011) – Reminiscente de um “Eyes of a stranger” (1981), em que um maníaco que anda por aí a violar e matar jovens mulheres acaba por focar a atenção numa mulher cega mas com um pouco mais de orçamento e de gosto. Soo-ah tinha o sonho de tornar-se polícia em Seul até ao momento em que cometeu um erro de julgamento que lhe custou a visão e a vida de um irmão adoptivo. Apesar de frustrada com a perda do sentido da visão não perdeu a mente inquisitiva e quando se depara com um assassino não se deixa enganar. Ela questiona a todo o momento e em momento de confrontação toma decisões rápidas e eficazes para se colocar em segurança rapidamente. Longe da jovem virginal que toma as rédeas por sorte, ela é capaz de tomar iniciativas que põem o assassino em pé de igualdade com ela e, em última análise anular a vantagem de que este dispõe à partida.

12) I-na (Gyu-ri Nam) “Death bell” (2008) – Um grupo de alunos de elite começa a ser assassinado, um a um, por um assassino altamente inteligente durante um período de clausura para realização de exames. Sem apoio do exterior cabe aos alunos que representam (supostamente) os mais inteligentes da escola e aos professores descobrir quem está por trás das mortes e salvar as suas próprias vidas. Não há motivação como termos um grande alvo nas costas para colocarmos a massa cinzenta a funcionar. No meio de miúdos e graúdos a entrar em pânico e numa onda de acusações que despertam o que há de pior no Homem, é a jovem I-na que mantém a frieza e procura retirar sentido de tudo quanto se está a passar. Minúscula, I-na não tem hipótese contra atacantes com algum vigor físico, pelo que a sua maior arma é a inteligência. Se não fosse ela, o mistério poderia nunca vir a ser desvendado.

Agora a sério, a minha "final girl" favorita se sempre é:

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

TOP 12: Bonecos Assustadores


Foi quando vi “The Conjuring”, que as memórias se reacenderam. Um medo tão antigo que foi e continua a ser retratado em filme. Nunca fui do género assustadiço mas reconheço que quando estamos sozinhos, os sentidos ficam alerta e o cérebro começa a pregar-nos partidas. Sobretudo, quando estamos sós e os objectos, mesmo ali à mão, parecem ganhar uma força que não lhes reconhecia antes. Como se tivessem vida. Talvez por isso, entenda o porquê de o Robbie se sentir um pouco mais seguro depois de cobrir o boneco palhaço com um cobertor. Um daqueles bonecos tão perfeitos, tão próximos que chegam a dormir nas nossas camas, como se fossem reais, quase diabólicos. Isso recorda-me ainda de outra estória, uma real, de uma amiga que encurralada numa partida por um namorado preferiu cabecear a parede até perder os sentidos a deixar cama na qual fora deixada uma boneca de porcelana… Sem mais delongas e por ordem cronológica, o Top 12: Bonecos Assustadores.


1) “Dead of Night – The Ventriloquist’s Dummy” (1945, Reino Unido) – Um conjunto de estranhos muito britânicos, excepto um, que confere o elemento exótico ao grupo, reúne-se numa casa de campo e considera uma excelente ideia passarem o serão a contar estórias de terror… Uma dessas estórias fala do ventríloquo Maxwell (Michael Redgrave), cuja sanidade parece ir desta para melhor quando o seu boneco Hugo anuncia que o quer trocar por Sylvester, um outro ventríloquo com mais talento. A antiguidade é capaz de ser o que melhor funciona a favor de “Dead of Night”: o facto de ser a preto e branco (há qualquer coisa de inquietante nas sombras); as personagens pouco vividas, ainda sem a influência nefasta dos filmes de Hollywood do séc. XXI e o sorriso irónico de Hugo que sai sobremaneira beneficiado pela ausência do pormenor. Cena memorável: Quando Maxwell diz a Sylvester em tom de aviso “Tu não sabes do que o Hugo é capaz…”
Hugo, em toda a sua glória?

Mad Clown
2) “Poltergeist” (1982, E.U.A.) – Este foi o filme que iniciou o medo irracional de bonecos para muitos. “Poltergeist” é um filme enganador. Os sorrisos de uma família típica americana não conseguem esconder cenário mais perturbador: e se o mal se instalasse no seio da família e atacasse o seu membro mais frágil? Podia enumerar várias cenas para explicar porque é que “Poltergeist” não deve ser visto por crianças mas se não o puderem evitar, a cena que leva o prémio para momento “deve ser supervisionado por adultos” é aquele em que o boneco-palhaço faz das suas. É suposto os palhaços suscitarem a alegria e bons pensamentos mas Robbie Freeling tem medo do boneco que o parece observar enquanto dorme. E olhando para ele como não partilhar dessa opinião? Estava mais que visto o que ia suceder e, quando sucede, o pobre Robbie e vários milhões de crianças ganham medo a palhaços para o resto da vida. Cena Memorável: Quando “Mad Clown” acorda! Instituição que é capaz de não ter gostado do filme: o circo!


"Queres brincar comigo?"
3) “Child’s Play” (1988, E.U.A) – Que seria deste Top sem o seu exemplo mais icónico? Era o mesmo que fazer uma lista de Kaiju mencionar Godzilla! No filme que todos falam mas, em crianças, poucos tiveram a coragem de ver, um serial killer consegue, através do recurso ao voodoo, “reencarnar” num brinquedo de criança. Isso não o impede de continuar a matar pessoas. Andy (Alex Vincent) é o pobre miúdo a quem a mãe, sem saber, oferece Chucky, o boneco que alberga a mente perversa do assassino. Chucky, propriamente dito, não tem um aspecto que grite: “É tão giro. Tenho de ir a correr comprar este boneco para dar ao meu filho”. Mas foi vendido a preço de saldo portanto… Acho que não é muito difícil a qualquer pai perceber onde é que dar um boneco assassino a uma criança de 6 anos é capaz de não correr muito bem. Vejam o lado positivo, se têm um filho pedinchão, ponham-no a ver este filme. Claro que depois é capaz de começar a fazer chichi na cama e renegar os brinquedos mas é por um bem superior. Uma brincadeira de crianças portanto. Cena Memorável: Quando a mãe de Andy percebe que Chucky está a trabalhar… sem pilhas!


domingo, 16 de outubro de 2011

Top 12: Realizadores de cinema de terror asiático

Esta é capaz de não ser a lista mais convidativa se compararmos, por exemplo, com “as cinco melhores mortes” ou “as dez actrizes mais jeitosas”, mas hão-de reparar que de vez em quando existe a menção a um certo realizador, seja por que uma película me recorda o seu trabalho ou por que existe mais do que um registo da sua obra aqui no blog. O "Top 12: Realizadores de cinema de terror asiático", reflecte à semelhança das listas anteriores, o meu gosto pessoal e o conhecimento da obra dos respectivos realizadores. Não sou nem pretendo ser uma enciclopédia pelo que o mais provável é deixar de fora algumas contribuições válidas. Claro está, na caixa de comentários poderão deixar a vossa opinião e outras contribuições possíveis. Também, não pretendo afirmar que conheço a filmografia completa dos realizadores que vos apresento mas quero fazer notar os contributos mais importantes destes realizadores para o género do terror, guiada por críticas, êxito de bilheteira e, obviamente, a opinião de cinéfilos como eu.
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