domingo, 26 de janeiro de 2014

"23:59", 2011


Em “23:59”, um grupo de recrutas atravessa o “Treino Básico Militar”, obrigatório para qualquer jovem adulto do sexo masculino com 18 primaveras já contadas, residente em Singapura. É brutal, é exigente, é aborrecido e… já disse que era obrigatório? Para se entreter, eles decidem, numa noite em que pouco há para fazer (digo eu, que estariam tão extenuados que só quereriam dormir mas enfim), contar estórias de terror. É aquela cena dos homens de comparar o tamanho do pénis e coisas que tais, ver quem é que consegue contar a estória mais aterradora sem demonstrar receio. Um deles prossegue a relatar uma estória verídica, na qual uma mulher grávida, terá cometido suicídio uns anos antes na ilha onde eles estão a realizar a recruta e terá regressado como um “kuntilanak” (Vampiro), cometendo crueldades às 23:59. Tan (Tedd Chan) revela-se impressionável e infelizmente um medricas no local errado. Os seus sonhos começam a ser invadidos por uma mulher que, julga ele, é a mesma da lenda e o virá reclamar. Além de fraco de espírito é o que mais sofre com a brutal disciplina física pelo que se torna o alvo preferido do rufia de serviço. Tal é a lei da selva, onde quer que se vá, há sempre um estupor decido a rebaixar até quebrar quem percepciona como mais frágil. Ele tem um amigo Jeremy (Henley Hii) que o protege quando pode mas até ele é incapaz de actuar contra forças sobrenaturais.

A noite e a floresta devem ser uma das combinações naturalmente mais indicadas para a concretização de filmes de terror desde que as pessoas são pessoas e são aconselhadas por outras a evitar vaguear por esses locais. Mas se o cenário oferece ínfimas oportunidades e alguns momentos próximos de temor, não se pode dizer que se encontre o mesmo grau de credibilidade nos seus personagens. Tudo é válido, desde um capitão que declara perante uma morte no mínimo suspeita, tratar-se de um acidente, a um sargento bonzinho e supersticioso, passando por soldados que passam aparentemente mais tempo em descanso e convívio do que a treinar. Que um Capitão não queira lidar com esses problemas, não sob o seu comando aceita-se. Que incorra no risco de a sua autoridade ser colocada em causa e alvo de uma investigação já é esticar a corda. Que um sargento não seja como o R. Lee Ermey de “Full Metal Jacket” (1987) é um alívio, mas daí a acreditar no sobrenatural e partilhar essa crença com superiores e os homens que tem a cargo na véspera da marcha mais importante que a companhia terá de realizar…
A indisciplina é manifesta e generalizada. As entradas e saídas da base sem qualquer controlo então são uma verdadeira surpresa. A maioria dos homens entende o treino como uma obrigação da qual se querem libertar o mais rápido possível e negligenciam as regras básicas que lhes foram ensinadas para a sua própria sobrevivência. A marcha a que se vai aludindo em pouco mais de um terço de filme é o momento mais infeliz para qualquer aprendiz de soldado. Entre a distracção, a preguiça e a indiferença total, cometem toda uma série de erros que conduzem à morte de um. Como retrato do exército local é assim ligeiramente humilhante. Nada de grave, portanto. E a cantina do exército é capaz de ter uma das empregadas mais giras de sempre (Stella Chung). Não sei o que é mais improvável: uma rapariga giríssima que podia ser uma modelo-actriz a trabalhar numa cantina ou, que uma mocinha trabalhe numa cantina do exército cheia de homens que não vêem uma mulher há eras. De resto, a revelação nem sequer é surpreendente. Uma pista: mete mulher. “23:59” está repleto de pormenores do género que são difíceis de engolir sobretudo quando tudo está compassado em 78 minutos de filme! Se há película que necessitava de mais tempo para que os personagens se tornassem mais reais e a sua angústia mais envolvente é este. Uma estrela e meia.


Realização: Gilbert Chan
Argumento: Gilbert Chan
Tenaly Hii como Jeremy
Lawrence Koh como Dragão
Tommy Kuan como Lim
Josh Lai como Chester
Mark Lee como Sargento Kuah
Stella Chung como Shirley
Susan Leong como Yi Gu
Benjamin Lim como Capitão Hong

Próximo Filme: "Heaven and Hell" (Wong Jorn Pid, 2012)

domingo, 19 de janeiro de 2014

"Rurouni Kenshin" (Rurôni Kenshin: Meiji kenkaku roman tan, 2012)


“Rurouni Kenshin” é como um daqueles miúdos novos na escola que querem ser amigos de toda a gente e vai daí cedem à pressão dos pares. Entre o culto de seguidores da manga e o desejo do apelo a jovens fãs reside a fórmula para o filme “Rurouni Kenshin”. Mangas menores e com público infinitamente mais reduzido já foram adaptadas a outros meios pelo que o “Samurai X” não era uma questão de “se” mas de “quando”.
“Rurouni Kenshin” baseia-se na saga de Kenshin Himura, conhecido por “Hitokiri Battosai”, um assassino tão letal, que os guerreiros mais poderosos estremeciam à menção do seu nome. Tomado por uma súbita claridade, Kenshin (Takeru Sato) decide abandonar o caminho de morte que conduziu a sua vida e envenenou o seu espírito, optando por uma vida de mendiga expiação. Infelizmente, a nova opção de vida é vista com desconfiança por quem conhece a sua história e colocada em causa por toda uma série de vilões que se vão insurgindo. Kenshin vive assim num estado de dissonância cognitiva constante. A luta entre o desejo de largar as armas e a incapacidade de o fazer quando se cruza com a injustiça. A sua senda não é solitária e surgem amigos que lhe oferece a oportunidade da redenção e até felicidade, ainda que de curta duração.

“Rurouni Kenshin” ocorre dez anos após a tomada de decisão por uma existência pacífica do jovem samurai, quando chega a uma cidade tomada por políticos corruptos, traficantes de ópio e uma polícia semi-conivente. Sato é um “pretty boy” e transparece como tal mas exala o ar de “samurai torturado” e o (anti)herói que a estória exige. Ele acaba por ser acolhido com bondade e talvez sentimentos românticos por Kaoru Kamiya (Emi Takeda) que luta para manter o dojo da família a despeito dos interesses que a rodeiam. As suas ideias românticas de manutenção de uma escola de artes marciais de auto-defesa são maiores do que a sua capacidade para manter o lugar. Com a ajuda de apenas um órfão Tahiko Myojin (Taketo Tanaka) pouco conseguirá fazer. O rufia adorador de uma boa luta e, diga-se de passagem, uma espada gigantesca, Sanosuke Sakara (Munetaka Aoki) e a intrigante Megumi Takani (Yu Aoi) acrescem à família disfuncional. Em Teruyuki Kagawa, que interpreta o grande vilão Kanryu Takeda temos o peso pesado do elenco e a sua maior desilusão. O argumentista demonstrou grande cuidado com os personagens já queridos do público mas descurou o vilão, que padece do mal da unidimensionalidade como tantos outros que lhe antecederam. Uma grande injustiça, já que parte do encanto do “Samurai X” é o facto de os vilões serem tão memoráveis quanto ele. Aqui, Takeda soa a uma diva histriónica, um miúdo que faz birras quando não lhe fazem as vontades. Entre os seus apetites, encontram-se a morte indiscriminada e a utilização de armas grandes.
Quem disse que o Kenshin não podia ser bem-parecido?
“Rurouni Kenshin” é uma espécie de mulher de César, é séria e parece séria. Talvez demasiado para conforto. A linha temporal, acontecimentos e personagens são apresentados sem grandes desvios da manga. Escolhas demasiado seguras no entanto. Ao contrário de adaptações como “Death Note”, que tomou decisões arriscadas para o bem e para o mal. “Rurouni Kenshin” parece demasiado interessado em parecer inofensivo, como se quisesse agradar aos já fãs da saga japonesa e quisesse apelar a novos, sem espantar ninguém. Mas fácil de seguir para quem nada conhece deste universo. Resulta como interessante testemunho de uma época na qual os samurais eram extirpados dos seus antigos poderes e reputação e subjugados a uma nova ordem. Mudar ou desaparecer é o paradigma actual, mas, como bem se sabe, os momentos de transição não se perfeitos e criam-se vazios, que devem ser ocupados por alguém. Kenshin não é perfeito, mas nenhum dos outros personagens o é. Kaoru é romântica mas ingénua, Megumi sensual mas possuidora de uma moral questionável e assim por diante. O elenco é jovem, mas a representação não sofre por este motivo, todos são perfeitamente capazes de assumir o fardo. Atentem os fãs, por este constituir um primeiro momento de apresentação, as cenas de luta, que consumiam largos episódios da série televisiva “Samurai X” são ainda limitadas. A aceitar-se as ansias dos fãs mais fervorosos, “Rurouni Kenshin” será para a trilogia (sim que já estão completos pelo menos mais dois filmes) o que “The Fellowship of the Ring” (2001) foi para “The Lord of the Rings”. Conduzido com mais competência que o usual filme manga, suficientemente eficiente para qualquer fã de cinema. Três estrelas e meia.

O melhor: 
-Fiel ao espírito da Manga; 
- Não conhecem a estória? Não faz mal. A narrativa fácil de seguir e não está inundada de referências obscuras

O pior:
- Já faziam um vilão menos cartoonesco.


Realização: Keishi Otomo
Argumento: Kiyomi Fujii, Keishi Ohtomo e Nobuhiro Watsuki
Takeru Sato como Kenshin Himura
Emi Takeda como Kaoru Kamiya
Yu Aoi como Megumi Takani
Yosuki Eguchi como Saito Hajime
Munetaka Aoki como Sanosuke Sagara
Teruyuki Kagawa como Kanryu Takeda
Taketo Tanaka como Yahiko Myojin
Kôji Kikkawa como Jine Udo

Próximo Filme: "23:59", 2011

Le bónus

domingo, 12 de janeiro de 2014

"Marianne", 2011


Adoro tropeçar em filmes sem um grande estúdio por trás, feitos com pouco mais que boa vontade e que parece que estão no radar de pouca gente. Têm umas críticas assim-assim e são oriundas de um destino menos habitual para o fã incondicional de terror. Por isso, quando encontrei “Marianne” senti-me como uma miúda pequena a quem acabaram de oferecer a primeira Barbie.
Krister (Thomas Hendegran) não tem sido um bom homem. No funeral da mulher Eva (Tintin Anderzon), que morreu em consequência de um acidente de carro que ele conduzia, apercebe-se que Sandra (Sandra Larsson), a filha mais velha, o odeia e prefere a companhia de Stiff (Dylan M. Johansson), o namorado oito anos mais velho. Não é de admirar pois, dez anos antes, ela e a mãe, descobriram que Krister mantinha uma relação extra-conjugal chegando mesmo a abandonar a família pela amante. Os próximos tempos não se adivinham fáceis pois, Krister tem a recém-nascida Linnea, fruto de um novo recomeço de vida ao lado de Eva, o enorme sentimento de culpa associado às acções que levaram à morte da mulher e uma filha adolescente revoltada. Some-se a isso, uma sogra disposta a dar apenas o apoio estritamente necessário (afinal, Krister traia frequentemente Eva) e a “imposição” da escola onde ensina, de que consulte um conselheiro (Peter Stormare) e, aguardam-no muitas noites de insónias. Krister é um céptico, um homem prático, mas até ele não pode deixar de tremer, quando se sente visitado, todas as noites por uma presença sobrenatural. São de culpa as dores que sente ou por trás estará algo bem mais sinistro.

“Marianne” tem por base o folclore sueco, que conta a lenda da “Mare”, ou Pesadelo (em inglês, nightmare), um ser que visita o Homem durante a noite e se senta sobre o seu peito, inspirando-lhe maus sonhos. A sugestão advém de uma fonte improvável, embora, na verdade, a maioria dos personagens seja improvável para a ficção. Krister encontra-se bastante distante de um herói. É um homem frio, hedonista e mulherengo, um egoísta, que até ali conduzia um estilo de vida totalmente conduzido por si, sem interferências externas. Nem a degradação psicológica o faz largar o vício do álcool. A não ser que seja esta que o mantenha distante dos muitos esqueletos que esconde... Sandra é uma adolescente com uma vida interior muito mais velha do que os seus 18 anos anunciam. A necessidade de amadurecer motivada pelo abandono do pai e a necessidade de conforto da mãe fizeram-na temer tanto a vida familiar que agora rejeita o pai e a irmã mais nova. De certo modo é tão casmurra e tão céptica quanto o pai. Já o namorado Stiff, aos 26 anos não perdeu a criança que existe dentro dele, deixando espaço para a brincadeira e para o mito, vivendo como se fosse ainda um jovem sem responsabilidades. É ele a voz conciliadora entre ela e o pai, uma voz da razão estranha, para tão desconfortável situação.
“Marianne” pouco tem de terror, as visitas nocturnas a Krister são breves e raramente deixam antever alguma imagem mais brutal. Quando isso sucede, o orçamento limitado torna-se bastante óbvio mas é compensado pela vasta caracterização das personagens. As conversas desconfortáveis entre pai e filha, ou entre este e o conselheiro sobre o impacto da morte de Eva nas suas vidas, demonstram o à-vontade e naturalidade de Filip Tegstedt no retrato da vida familiar. Sem artifícios, pois os diálogos parecem conversas de pessoas que tão podiam ter-nos a nós como inspiração como o nosso vizinho do lado e não um “diálogo ficcional criado para o ecrã”. Krister tenta aproximar-se da filha, que resiste aos avanços reconciliatórios do pai e ainda o provoca mais. Por sua vez, a difícil relação entre pai e filha provocam uma ruptura entre o jovem casal de namorados, sendo que Stiff alimenta as ideias de um Krister crescentemente paranóico com o que lhe está a acontecer. À medida que as visitas se tornam cada vez mais frequentes e Krister se apercebe que o resta da família se encontra em perigo aumenta a sensação de opressão. E que pode ele fazer se ninguém se predispõe a acreditar nele, como pressupõem até que o seu comportamento peculiar resulta da degradação do seu estado mental? Em “Marianne”, não existe conforto, apenas a dura realidade da perda e dos que continuam na terra, tentando prosseguir com uma vida cada vez mais vazia. Três estrelas e meia.

 Realização: Filip Tegstedt
Argumento: Filip Tegstedt
Thomas Hendegran  como Krister
Sandra Larsson como Sandra
Dylan M. Johansson como Stiff
Tintin Anderson como Eva
Gudrun Mickelsson como Birgitta
Peter Stormare como Sven


Próximo Filme: "Rouroni Kenshin" (Rurôni Kenshin: Meiji kenkaku roman tan, 2012)

domingo, 5 de janeiro de 2014

"Deranged" (Yeongasi, 2012)


A humanidade adora uma boa calamidade. Natural ou provocada é alvo da curiosidade mais mórbida de que se é capaz. Documentários sobre o extermínio do povo judeu por nazis, o maremoto mortífero que abalou o este/sudeste asiático e parte da Oceânia, o fenómeno do suicídio em massa da aparente calma floresta Aokigahara, ou os esquadrões da morte na Indonésia, não são mais do que desculpas para uma sessão de masoquismo colectiva. Se por um lado, os acontecimentos são trágicos e, qualquer pessoa, fora de psicopatias se deverá envolver em termos emocionais com as histórias, por outro lado, há uma sensação de dignidade e vitória contida, de que o Homem é capaz de ultrapassar todos os obstáculos. E sim, egoísmo, pelos afectados serem outros que não nós. Imaginem pois que no centro da civilização pessoas que até ali nunca demonstraram sintomas depressivos começam a ser acometidas de uma loucura que as leva ao suicídio. Une-as um misto de sintomas tão estranhos como avassaladores para quem assiste e nada pode fazer: um apetite insaciável, seguido de uma sede que não parece esgotar-se se não, perto da morte…
Jae-hyuk (Myeong-min Kim) é um homem que vê a vida entrar em colapso quando a mulher e os filhos menores manifestam os sintomas da estranha maleita. Ele irá juntar-se ao irmão Jae-pil (Dong-wan Kim) um detective da polícia com quem tem tido uma relação afastada para descobrir como os salvar.
“Deranged” é tão excitante, veloz e assustador quanto uma montanha russa. O argumento é tão rápido e furioso quanto a propagação da pandemia. E quando o desconhecido encerra o perigo mortal, a sociedade exige respostas do Governo. Sem estas, a ordem social é abalada e as pessoas viram-se para si próprias. Mortíferas como só o Homem consegue ser. Cada um por si. O lucro fácil e à custa das vítimas não é uma casualidade, torna-se um acto consciente. É neste clima de histeria que um homem procura, a todo o custo, encontrar uma solução para salvar o que lhe é mais sagrado. Na verdade uma estória que deverá espelhar tantas outras.
Mas não é só no drama humano que “Deranged” demonstra ser superior a tantos outros filmes de pragas que lhe sucederam. Por trás dos eventos encontra-se uma conspiração tão maléfica e que poucos poderiam acreditar na sua plausibilidade. Ou melhor, que tal conspiração pudesse existir, não há a menor dúvida (e é onde reside o ultraje), que esta se pudesse concretizar na realidade já possuo maiores reservas. “Deranged” apresenta um argumento inteligente, que se foca tanto nos “porquês” como no “o quê”. Não é apenas o voyeurismo casual de uma tragédia. A trama familiar é envolvente e capaz de levar às lágrimas: o pai em desespero, a mãe impotente e a corrida contra o tempo que não perdoa. E que corrida, as pessoas choram copiosamente, insultam, agridem, espezinham, fogem, atacam… Estão a ver como é fácil perder o fôlego? Mas podem esperar muitas acções estúpidas. Começo a resignar-me às personagens idiotas e/ou acções sem qualquer tipo de lógica nos filmes catástrofe e de terror. Se conseguirem lidar com isso, muito bem. Se não, recomendo uns minutos de meditação prévia pois, “Deranged” é daquelas películas que ENERVAM! Podem dar por vós em momentos de agitação a dizer pérolas como: “Então mas ele nunca mais lá chega?!” e “Corre! Corre! CORRE (inserir vernáculo preferido)!”, assim como experienciar eventuais dores no peito. “Deranged” resulta pois num thriller daqueles que se esperaria ver no ocidente mas sem o americanocêntrismo e com o ónus da geração de reflexão, nomeadamente, no quão maquiavélico o Homem pode ser. É filme pipoca mas sem ofender a inteligência de quem assiste. Três estrelas.

Realização: Jeong-woo Park
Argumento: Jeong-woo Park
Myeong-min Kim como Jae-hyuk
Jung-hee Moon  como Gyung-seon
Dong-wan Kim como Jae-Pil
Ha-nui Lee como Yeon-joo
Ji-seong Eom como Joon-woo
Hyun-seo Yeom como Ye-ji
Shin-il Kang como Doutor Hwang
Deok-hyeon Jo como Tae-won

Próximo Filme: "Marianne", 2011

PS: Não recomendado a pessoas com tensão arterial elevada.

PS 2: Se calhar um XANAX uma hora antes de iniciar o visionamento não é má ideia.


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