Cinco amigos decidem aventurar-se na casa do terror, desobedecendo aos adultos que os acompanham. Apenas quatro regressam. Dez anos volvidos, batem à porta da casa de Rin (Ai Maeda). É Yuki (Misako Renbutsu), a jovem que desapareceu na casa do terror. Em breve, o antigo grupo estará reunido e com o stress de ter retornado a casa, Yuki acaba por ter um acidente e é levada para o hospital. Lá, não encontram vivalma. Cedo começam a acontecer uma série de eventos estranhos que levam à separação do grupo e o obrigará a enfrentar os terríveis acontecimentos que conduziram ao desaparecimento de Yuki uma década antes. Se calhar estou a ser picuinhas mas se fosse eu teria algumas questões legítimas a que iria exigir uma resposta: A rapariga é mesmo a verdadeira Yuki? Como é que regressou? Onde é que esteve aquele tempo todo? Como sobreviveu durante todo esse período? Enfim, é um daqueles argumentos que tenho de incluir na categoria queijo suiço. Com tantos buracos, inúmeras falhas de lógica, zero desenvolvimento de personagens e diálogos sofríveis, é de admirar que o tenham aprovado. Talvez tenha sido a pressão para apresentar o primeiro filme em 3D? O marketing é uma gema preciosa: dizer que se "é o segundo filme em 3D" não soa tão bem...
Interpretados por actores que partilham títulos entre si como "Tokio Gore Police" (2008) e "Battle Royale 2" (2003), os personagens parecem recortados de cartão. Conseguem ser seres terrivelmente amorfos, ocos mesmo, o que é bastante mau sobretudo porque os actores criança com os mesmos papéis são superiores. Enquanto as crianças parecem imbuídas de um espirito de quem está numa casa assombrada, os actores mais velhos estão demasiado cientes do cenário. Mas mentalizem-se que o pior que verão está mesmo no trailer, entre manequins e um coelho voador. Sim, leram bem. Mais depressa a acção induz a bocejos do que a genuínos arrepios de medo. O argumento queda-se em questões mesquinhas como a inveja e os ciúmes, talvez numa tentativa de mascarar a ausência de história e de desenvolvimento emocional dos personagens. Quanto a questões técnicas também tenho as minhas dúvidas. Os flashbacks são imensos blocos de nevoeiro que mais do que criar a sensação de regressão, dificultam a visualização do filme. É cheesy e um truque barato. É como se tivessem para lá uma máquina de fazer fumo e estivessem a aproveitá-la em todas as cenas possíveis. Custa-me a compreender que Takashi Shimizu se tenha deixado arrastar para este projecto. É de um amadorismo grosseiro. Se não me acreditam, vão à página da IMDB, onde "The Shock Labyrinth 3D" está classificado com apenas quatro estrelas em dez! Embaraçoso. Uma estrela.
Realização: Takashi Shimizu
Argumento: Daisuke Hosaka
Yûya Yagira como Ken
Ai Maeda como Rin
Misako Renbutsu como Yuki
Erina Mizuno como Myiu
Ryo Katsuji como Motoko
Próximo Filme: "Re-cycle" (Gwai Wik, 2006)
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