domingo, 12 de junho de 2011

"Three..Extremes - Curta #2: Cut" (Saam Gaang Yi, 2004)

Depois de "Dumplings", segue-se "Cut", num registo mais contido. Embora, "Cut" mostre mais que o anterior, sugere muito menos. É muito menos extremo. Opiniões. E a premissa nem é má. Um realizador interpretado por Byung-hun Lee, que é uma paz de alma no set e trata a todos com igual bondade e educação é raptado da sua casa por um figurante. Esse personagem é completamente chanfrado e embirra com o realizador por ele ser bom. Pois. Isso mesmo. Rico, bem casado e sucedido, não tem direito a ser boa pessoa. Enfim, a inveja é uma coisa muito feia. Como tal, o louco arrasta para a sua "vendetta" a mulher do pianista e uma criança desconhecida. Ele propõe um desafio a Lee que de desafio não tem nada pois que é forçado a isso, se ele não estrangular a criança, ele cortará os dedos da sua mulher, um a um, enquanto ele não agir. Notem o requinte de malvadez: a mulher do realizador é pianista... Não só lhe arranca os dedos como o seu sustento. Ouch. Mas ele é louco e com os loucos não dá para argumentar. Na sua insanidade ainda espera que o realizador se lembre dele, a ele que é um mero figurante, entre centenas de pessoas. Ah, um pormenor que a mim arrepia os pêlos da nuca é o realizador ser raptado de sua casa para o estúdio que é uma réplica exacta da sua casa! Não é espécie de violação de privacidade? Deve ser só de mim.  Quanto à atmosfera propriamente dita, acho o início mais forte que o final, talvez também por ainda estar imbuída do espírito de "Dumplings". A cena do rapto está bem conseguida até ao momento em que ele acorda no estúdio. A partir daí perde-se alguma da atmosfera psicológica e que se nota também no ambiente físico. O estúdio, réplica da casa do realizador, apresenta cores vibrantes que contrastam com o assunto negro.  É revelador da dicotomia que é o figurante, uma personagem louca e divertida ao mesmo tempo. Talvez por isso, não fui capaz de o levar a sério, mesmo quando ele ameaçava o casal. Quanto ao realizador, não convence enquanto homem bom por demais, nem mesmo quando finalmente, confessa os seus segredos mais obscuros. Não existe ali um verdadeiro ponto de ruptura o que acaba por ditar um fim igualmente inconsequente.  Apreciei apenas o facto de "Cut" terminar, de certo modo,  como começou, vampires anyone? Sendo uma fã de Park e de Lee, não pude deixar de pensar que este filme me parecia desfasado do contexto de "Dumplings" (é o mal de se verem as curtas por uma determinada ordem) e mesmo da temática: extremos! Dá vontade de dizer, "corta e passa à próxima". Por isso, leva umas comedidas três estrelas.


Realização: Chan-wook Park
Argumento: Chan-wook Park
Elenco:
Byung-hun Lee como Realizador
Won-hie Lim como Figurante
Hye-jeong Kang como Mulher do Realizador

Próximo Filme: "Senjakala", 2011

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