AVISO: SPOILERS GIGANTES ADIANTE. PROSSEGUIR COM CAUTELA.
1) "Sleepaway Camp" (1983, E.U.A) - Se há filmes que deviam ser rotulados com um gigante WTF nas capas dos DVD's é este. É um título muito obscuro, coisa que não compreendo visto que marcou o caminho para os slashers que viriam a seguir e ainda hoje são feitos. E envelheceu tão bem como qualquer "Halloween" (1978) ou "Friday the 13th" (1980), passando-se no cenário favorito dos slashers dos anos 80: um acampamento de Verão. Para mim pode muito bem ter sido aqui o início dos twists que ninguém previu. Inicialmente, acompanhamos uma Angela tímida criada pela tia quando os seus pais e o irmão são mortos num acidente. A tia de Angela manda-a mais ao primo para um acampanhamento de Verão e lá começam a acontecer acidentes bizarros aos monitores e a outros jovens. Sabemos que Angela está de algum modo ligada ao que se está a passar mas não conseguimos bem lá chegar. Num final de cair o queixo, Angela caminha com a cabeça ensanguentada da sua última vítima nas mãos ao mesmo temopo que entoa um gemido perturbador, nuínha como veio ao mundo. Um intercalar de primeiro plano com um plano geral, revela que Angela é afinal um homem e uma sequência em flashback mostra a tia de Angela a dizer-lhe que já tem um rapaz, outro não pode ser...
2) "The Sixth Sense" (1999, E.U.A) - Este todos conhecem. O twist que tornou o Night Shyamalan famoso e que se não existisse, bem, se calhar não teríamos tido direito a pérolas como "The Last Airbender" (2010). "The Sixth Sense" é um daqueles filmes que marcam por um único grande motivo. O cineasta mostrou-nos a verdade desde o início, ali escarrapachada para quem quisesse ver, desde os primeiros minutos do filme! Cole é um menino que vê pessoas mortas e o Dr. Crowe é um psicólogo perturbado pela sua incapacidade de agir no passado. Inicialmente, Cole desconfia do doutor que nem sequer parece capaz de encetar uma conversa com a sua própria mulher mas, depois de duas horas de filme e de alguns sustos, ele confia o suficiente para lhe dizer a verdade que chocou as audiências: o Dr. Crowe é um dos mortos.
3) "L'interior" (2008, França) - Numa sequência vemos o rescaldo de um acidente de automóvel. Ouvimos o som de um mãe a confortar o seu bebé. Noutra vemos Sarah grávida de 9 meses, que está só na noite da consoada e se sente triste com a morte do seu marido no acidente de carro. Julien Maury e Alexandre Bustillo, numa realização a quatro mãos, exibem uma das invasões de casa mais brutais do cinema. A perseguição sanguinária de uma mulher grávida de 9 meses! Uma Mulher consegue entrar na casa de Sarah e tem uma agenda bem determinada: conseguir o bebé de Sarah custe o que custar. Armada de tesouras ela persegue Sarah para lhe arrancar o bebé da barriga e pelo caminho ela vai a ponto de matar todos e quaisquer uns que se lhe atravessem no caminho. A revelação é um golpe tremendo: a Mulher era a outra condutora do acidente que vitimou o marido de Sarah. Ela sofreu um aborto, sendo dela a voz que se ouve no inicio do filme a falar com um bebé!
4) "El orfanato" (2007, Espanha) - Este filme não é brilhantemente original e nem sequer é assim tão assustador. Casa assombrada? Portas que rangem? Barulhos estranhos? Estes clichés estão todos lá. E no entanto... Pois é. Assim, de mansinho apanha-nos de surpresa. Laura, o marido e o seu filho Simón mudam-se para o antigo órfanato onde Laura viveu, com a intenção de o tornar uma escola para crianças com necessidades especiais. O seu sonho é destroçado quando Simón desaparece logo após uma discussão com ela. Assim, à primeira vista avizinha-se um drama e é, mas não se esqueçam que entra em cena o sobrenatural. Os meses passam e a inconformada Laura acredita que a casa lhe está transmitir sinais sobre o paradeiro de Simón. A sua última esperança de o encontrar é o oculto e vira-se para o mundo dos mortos que a levará à reconstituição devastadora do último dia de vida de Simón. Laura é a causadora acidental da morte do filho quando ela, sem querer, o fecha numa cave de que desconhecia a existência e da qual Simón a tentara antes alertar! E os sons estranhos que ouvia pela casa era o som do seu filho a bater desesperado nas paredes para que o viessem libertar.
5) "Suay Laak Sai" (2007, Tailândia) - Também conhecido por "Sick Nurses" é daqueles filmes que se amam ou odeiam. Mas há uma coisa em todos concordam: o final é um gigantesco "Mas que raio??" Mete pouca ou nenhuma história, mulheres bonitas, truques cinematográficos para contornar a censura de modo a mostrar o máximo de pele possível e gore quanto baste. A enfermeira Thawaan ameaça expôr o negócio ilegal de tráfico de órgãos do doutor Tar e de outras enfermeiras, quando descobre que ele anda a traí-la e que o seu sonho de se casarem não passa de uma miragem. As enfermeiras unem-se contra ela e matam-na. Claro que o corpo dela regressa dos mortos para se vingar. Óbvio. O que não é nada óbvio é o fim. Thawaan era afinal um ele que fez uma operação para se transformar numa ela para se poder casar com Tar. Confusos? E se eu vos disser que no final, uma enfermeira está em trabalho de parto e tem ali mesmo o transexual adulto Thawaan? A sequência final foca Thawaan enquanto este "nascendo", pede a Tar para se casarem? Er...Ok.
6) "Psycho" (1960, E.U.A) - Que lista seria esta sem o eterno Hitchcock? Pessoalmente, considero "Psycho" brilhante por duas razões: não só comete a proeza de matar aquela que seria a heroína a acompanhar-nos ao longo do filme, algo até então impensável, como apresenta um dos finais mais imprevisíveis de sempre. Este filme é tão conhecido que a cena da grande revelação e a do chuveiro não são novidade mesmo para quem nunca viu o filme. Então para quem nunca viu o filme aqui vão os spoilers, para quem já os conhece, aguente comigo. Marion Crane instala-se num pequeno hotel depois de roubar 40.000 dólares. Na infâme cena do chuveiro Marion é esfaqueada até à morte. Quem será o assassino? Norman, o calmo dono do hotel que mora ali ao lado com a mãe? Sim. Norman foi dominado pela sua velha mãe durante demasiado tempo. Quando esta arranjou um amante Norman não resistiu aos ciúmes e assassinou-os. Desesperado com a sua culpa desenvolveu uma segunda personalidade, a sua "Mãe", que simultaneamente o protegia e impedia de recordar a verdade. Esta era tão assassina quanto ele e por ciúmes matava as jovens por quem Norman se sentisse atraído. Foi assim que Norman, vestindo as roupas de sua "Mãe" entrou no quarto de Marion e a matou!
7) "Saw" (2004, E.U.A) - Ok, eu sei que este não é consensual e antes que comecem para aí a torcer o nariz e a comentar entre vós como é que "Saw" apareceu aqui no meio, lembrem-se que antes do franchise de 7 filmes e uma versão em 3D o primeiro foi, realmente, original! Sem um Leigh Whannel e um Cary Elwes presos por correntes a cabos numa sala suja o torture porn não seria o que é hoje, quer se concorde com o rótulo ou não. Basicamente, o serial killer demente Jigsaw decide que aqueles dois indivíduos, serão as cobaias do seu pequeno jogo que envolve serrar membros vivos para aprendam a apreciar o verdadeiro valor da vida. Cómico não é? No meio da sala está um corpo para os incentivar a jogar. Depois de bastantes tentativas frustradas de escapar eles chegam à conclusão que a única maneira de esperar sobreviver é seguir as regras de Jigsaw. Elwes acaba por serrar um membro e arrastar-se, ferido de morte, para fora da sala. Numa jogada final, sem precentes, o corpo levanta-se revelando que Jigsaw, o assassino omnipresente, esteve o tempo todo com eles e que assistiu a tudo com um prazer macabro. Xeque mate!
8) "Oldboy" (2003, Coreia do Sul) - Um dos filmes mais marados desta lista do ponto de vista psicológico. Como já tinha dito o terror pode ser encontrado em muitas coisas que não só sangue e tripas. Dae-Su é raptado e trancado num quarto de hotel durante 15 anos sem nunca perceber os motivos dos seus captores. Ele tem muito tempo para pensar e inlcusivamente para planear a sua vingança. Um dia contudo, sem aviso e sem que nada o fizesse prever Dae-Su é libertado. Com a ajuda de uma chef de sushi que conhece e com quem acabapor se envolver numa relação amorosa, procura descobrir quem são os autores do seu rapto e a sua agenda. Numa reviravolta incrível, é desvendado que devido a um erro do passado que levou ao suícidio da irmã do seu captor, Dae-Su foi raptado e durante 15 anos hipnotizado para o levar a fazer amor com a sua própria filha! Talvez ainda mais chocante é a atitude de Dae-su que passa de novo por hipnose que o leve a esquecer o segredo e, assim, manter a relação incestuosa com a sua filha!
9) "Ringu" (1998, Japão) - "Ringu" também não é novidade e poderia aparecer em muitas listas: cenas mais perturbadoras (vídeo), o monstro mais mauzão (Sadako), melhor filme de terror, etc, mas depois de bastante pensar decidi deixar as segundas escolhas como isso mesmo. Ringu merece entrar com mérito nesta lista. Ora, diz então a história que após veres um certo vídeo, o telefone toca e uma voz diz-te que tens apenas 7 dias de vida. Uma reporter, Reiko Asawaka decide investigar a morte da sua sobrinha e de outros jovens que terão visto o vídeo. É aí que faz a primeira coisa estúpida: vê o filme. Mais tarde distrai-se e o seu filho também visiona a cassete: segunda coisa estúpida. A acção mais estúpida de todas é quando encontra Sadako, o espírito maléfico e o liberta da sua prisão. Num filme normal, o espírito perturbado que é libertado deixa este mundo de vez. Aqui... bem, Sadako foi libertada para fazer o mal livremente! Reiko acaba por descobrir que a salvação para si e o seu filho é possível mas tem um preço terrível. Para sobreviver, as vitimas terão de fazer cópias do vídeo e passá-lo continuando assim o ciclo de morte de Sadako.
10) "Alien" (1979, E.U.A) - Este é mais antigo do que eu. Recordo-me de o ver com 7 anos até às duas da manhã, escondida dos meus pais. Também me lembro que não dormi nessa noite. Icónica é a cena da refeição em que o John Hurt se começa a contorcer de dores até que um alien, finalmente, irrompe da sua cavidade estomacal. Mas o final é que é verdadeiramente arrepiante. De uma tripulação com 7 passageiros Ripley foi a única que sobreviveu à ameaça e escapando numa nave mais pequena, ela explode com a nave-mãe Nostromo, onde pensa que se encontra a besta alienígena. Em primeira análise, não há um grande segredo que é revelado no final, nada de humano, pelo menos nada de assassínio, sexualidade, incesto, como vimos em películas anteriores. Na altura, a provocação foi o facto de depois de uma tensão prolongada, acentuada pelo que não se vê já que apenas se viam rasgos do alien e se ouviam os gritos dos tripulantes, as coisas que até ali eram mais sugeridas do que mostradas tornaram-se brutalmente reais. É no fim do filme a primeira vez que vemos o alien! Num momento de, por fim, descontracção de Ripley e em que a audiência com ela suspirava de alívio, de repente surge a besta viva, em toda a sua glória, ao mesmo tempo sexualidade e terror. Do que são feitos os pesadelos.
Se gostas de listas haverás de gostar de consultar os TOP's de filmes que tenho no meu blog :) passa por lá!
ResponderEliminarhttp://depoisdocinema.blogspot.com/2011/04/top-filmes.html
A cena final do Sleepaway Camp é aterradora, pela imagem em si e pelo impacto do twist. É um grande triunfo num filme pequeno, até aí genérico e que caiu no esquecimento.
ResponderEliminarSim! Realmente o grande triunfo do filme é a cena final. Quase que adormecia até chegara esse ponto!
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